São Paulo, segunda-feira, 01 de fevereiro de 2010

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PRANCHETA DO PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br

O muro do Mano

De Edinho para Márcio Araújo, deste para Pierre, deste para... a defesa do Corinthians. Não diga que esse retrato do primeiro tempo do clássico se viu só depois da expulsão de Roberto Carlos, aos 8 minutos. Já era a cara do jogo quando Mano Menezes tinha 11 jogadores. A novidade, depois da expulsão, foi que o Corinthians virou um muro e se resumiu a defender. Só não levou o gol de empate porque Felipe foi o melhor em campo. O que não esconde a dificuldade do Palmeiras para furar o bloqueio.
"Vamos jogar no 4-3-3", declarou Muricy, antes da bola rolar. Escalou Cleiton Xavier aberto pela direita, Joãozinho como ponta-esquerda e deixou a criação para os três volantes. Edinho, Márcio Araújo e Pierre trocaram passes laterais, enquanto o Corinthians esperava o erro para contra-atacar. O primeiro deles resultou na falta sobre Iarley, cobrada por Tcheco para o gol de Jorge Henrique.
E, então, veio a expulsão de Roberto Carlos. Não passou um minuto e o Corinthians estava reagrupado, com Danilo na lateral esquerda e Jorge Henrique fechando o meio-de-campo pela esquerda. Contra duas linhas defensivas (veja a ilustração), Muricy precisava de um meia criativo, em vez de seguir com três volantes como armadores. Trocou o zagueiro Gualberto pelo atacante Daniel Lovinho. Este foi jogar na ponta, enquanto Cleiton Xavier tentava quebrar o muro de Mano.
Não deu. Por mais que o Palmeiras tenha criado pelo lado esquerdo a jogada de um gol bem anulado de Daniel Lovinho, faltava o básico para furar um sistema defensivo tão rígido: chutar. Cleiton Xavier chutou de fora da área aos 37 minutos e cobrou falta defendida por Felipe aos 3 do segundo tempo. Era pouco.
A situação só mudou a partir dos 20 da segunda etapa, quando começaram as bolas levantadas. Foram suficientes para fazer de Felipe o melhor jogador da partida. O repertório escasso do Palmeiras só levou ao abafa, não ao empate.
O Corinthians quebrou o tabu porque se posicionou de maneira a expor a falta de talento do rival. Por mais que Muricy tenha pensado e substituído certo, não se muda a história de um clássico com um banco de reservas formado por aspirantes.

VAI SER TITULAR
Jorge Henrique é o jogador mais impressionante do Corinthians. Mas quem se impressionou pelos nomes dos volantes contratados -Marcelo Mattos, Edu, Jucilei- é bom prestar atenção a Ralf, que veio do Barueri. Silencioso, não deixou o meio-de-campo do Palmeiras jogar.

NEYMAR
Há um ano, Neymar estreou no profissional do Santos justamente contra o Oeste. Pôs fogo no jogo. Sábado, foi mais uma vez a principal atração. Dribla, cria, joga em velocidade e, neste ano, também faz gols. Nos dois últimos jogos, transformou Paulo Ganso em coadjuvante.

ROBINHO
Na cabeça do técnico Dorival Júnior, Neymar joga por um lado, Robinho pelo outro. Em teoria, Neymar pela direita, Robinho pela esquerda. Na última quinta-feira, a pergunta ao treinador do Santos foi direta: "É um 4-3-3?" Sua resposta, ainda mais precisa: "4-2-3-1". Quer dizer, Neymar e Robinho são armadores pelos lados. A equipe ganha força no meio-de-campo. E tem a mesma velocidade com os dois jogadores chegando juntos ao ataque.


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