São Paulo, terça-feira, 01 de março de 2005

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O PERSONAGEM

Pioneira no país, juíza diz que não está chateada

DA REPORTAGEM LOCAL

A árbitra Silvia Regina de Oliveira, 40, coleciona "primeiras vezes" na história do futebol brasileiro e mundial.
Ela começou a atuar em Mauá (SP) em 1982 como assistente em um amistoso entre formandos da Escola de Árbitros da FPF. A juíza apitou jogos de torneios de indústrias, escolares etc, até ser convidada pela FPF para atuar no Paulista feminino, em 1997. A partir daí, sua carreira deslanchou.
Ela foi a primeira mulher a apitar uma partida da Série A do Brasileiro, em 2003.
O feito inédito foi repetido no mesmo ano na Copa Sul-Americana e em 2004, ao ser a primeira brasileira numa Olimpíada, em Atenas -era também a única sul-americana.
Nesse caminho, enfrentou também uma série de preconceitos como a declaração do ex-técnico corintiano Tite.
"Não fiquei chateada com tudo isso", disse ela ontem, evitando mais comentários.
O telefone de Silvia não parou de tocar durante todo o dia. A maioria telefonemas se dividiam entre manifestações de solidariedade e pedidos de entrevista. A juíza diz que não atendeu muitos deles.
Para evitar conflitos, ela recebeu orientação do sindicato para falar com os jornalistas apenas hoje, em entrevista coletiva em São Paulo.
Quando foi informada pela Folha de que, segundo a FPF, havia tido desempenho semelhantes à média dos árbitros, ensaiou uma comemoração.
"Queria muito poder dizer que isso mostra que posso tanto quanto qualquer um, mas, desculpe-me, só posso dar entrevista amanhã [hoje]", encerrou. (ML E RP)


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