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Jornal acusa Max Mosley de "orgia nazista"
Presidente da FIA se cala sobre escândalo e é criticado
DA REPORTAGEM LOCAL
Presidente da Federação Internacional de Automobilismo
desde 1993, advogado renomado, ex-piloto de F-2 e dono de
equipe na F-1, Max Mosley, 67,
é agora peça central de um escândalo sexual na Inglaterra.
O episódio já abala sua permanência à frente da entidade.
Ex-pilotos da F-1 questionaram sua manutenção no cargo.
O dirigente também foi criticado por grupos de conscientização sobre o Holocausto.
No domingo, o "News of the
World", tablóide sensacionalista britânico, deu destaque à suposta participação do dirigente
em uma orgia com cinco mulheres numa casa em Chelsea,
bairro classe média de Londres.
O jornal trouxe imagens extraídas de um vídeo que, afirma, tem cinco horas de duração. Nas imagens, de qualidade
ruim, um homem identificado
como Mosley paga 2.500 libras
esterlinas (cerca de R$ 8.700)
para praticar atos sadomasoquistas. Em determinado momento, fantasia-se de oficial
nazista e faz sexo com duas mulheres vestidas como prisioneiras de campos de concentração
da Segunda Guerra Mundial.
O jornal relaciona o suposto
fetiche de Mosley a seu histórico familiar. Seu pai, Oswald
Mosley, foi líder do partido fascista inglês, importante aliado
de Adolf Hitler no pré-guerra.
A FIA foi econômica ao tratar
do assunto. No domingo, por
meio de um porta-voz, disse
apenas que trata-se de uma
questão pessoal envolvendo
seu presidente e a publicação.
Ontem, informou que Mosley "já colocou os seus advogados em contato com o jornal".
Personagens ligados à F-1,
porém, foram mais prolixos.
"O que as pessoas fazem em
suas vidas privadas é assunto
particular. Conheço bem o Max
e se aquilo aconteceu deve ser
uma grande piada", afirmou
Bernie Ecclestone, chefe comercial da F-1, vice-presidente
da FIA e parceiro político de
Mosley desde meados dos 70.
Ídolo do automobilismo britânico, quatro vezes vice-campeão da F-1, Stirling Moss disse
ter ficado chocado. ""Espero
que ele possa [continuar na
FIA], francamente, pois acho
que ele é muito bom no que faz.
Mas a situação é difícil. Suponho que o que acontece por trás
de portas fechadas é particular,
mas, quando uma coisa como
essa vem à tona, é um choque
absoluto", afirmou Moss.
Martin Brundle, outro ex-piloto inglês, foi mais incisivo.
Atualmente o principal comentarista de F-1 da TV britânica,
ele considera que Mosley não
tem mais condições de ficar no
cargo. "Não é um comportamento apropriado para um
chefe de qualquer entidade global como a FIA", declarou.
As cenas também foram criticadas por Karen Pollock, chefe de uma organização que educa os jovens ingleses sobre o
Holocausto: "Isso é doente e
depravado. Estou absolutamente apavorada." Para Stephen Smith, diretor do Centro
Britânico de Estudos do Holocausto, "Mosley, que já condenou o racismo na F-1, deveria
viver segundo seus discursos".
Com agências internacionais
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