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FUTEBOL
Ex-goleiro chileno, pivô da farsa do Maracanã, fala em "justiça"
Rojas recebe o perdão da Fifa depois de 12 anos
DA REDAÇÃO
O ex-goleiro Roberto Rojas,
principal personagem da chamada ""farsa do Maracanã", foi perdoado oficialmente pela Fifa, a
máxima entidade do futebol.
Em 1989, em uma partida entre
Brasil e Chile pelas eliminatórias
da Copa do Mundo de 90, Rojas
feriu a si próprio quando um foguete caiu no gramado. A equipe
chilena deixou o campo, e a Fifa,
após constatar a farsa, baniu Rojas para sempre do futebol.
"Rojas recebeu uma anistia que
entra em vigor de imediato", disse
Andreas Herren, responsável pelo setor de comunicação da Fifa.
Rojas, 44, comemorou ontem a
notícia apesar de ter saído 12 anos
após o episódio -ele já encerrou
sua carreira como jogador.
"Paguei pelos meus erros há
muito tempo. Estou contente
com o anúncio. A Fifa fez justiça",
disse Rojas, que trabalha desde a
era Telê Santana no São Paulo como preparador de goleiros.
Rojas disse que foi o único que
assumiu a culpa pelo incidente.
Outras três pessoas foram punidas pela farsa e anistiadas: o técnico Orlando Aravena, o médico
Daniel Rodríguez e o zagueiro Astengo, que comandou a saída de
sua equipe de campo.
"Claro que me arrependo. Creio
que a virtude está em assumir os
erros e não só em desculpar-se.
Não fui o único responsável pelo
episódio e, no entanto, fui o único
que assumiu a culpa", disse Rojas.
O Brasil vencia a partida contra
o Chile por 1 a 0 quando Rojas
cortou o próprio rosto -por
uma suposta falta de segurança
no Maracanã, o Brasil poderia ficar fora da Copa da Itália. A Fifa
determinou posteriormente que
o resultado do jogo fosse 2 a 0.
"A idéia de forjar a lesão foi minha, mas não fui eu que decidi tirar o time de campo. Isso foi uma
determinação de dirigentes. Cada
um tem a sua parcela de responsabilidade", disse Rojas.
No São Paulo, Rojas tem trabalhado quase que extra-oficialmente. Seu maior feito foi ver seu
principal pupilo, Rogério, virar titular da seleção brasileira.
"Foi uma reivindicação pessoal
e familiar. O caminho que seguimos em janeiro foi mais uma reivindicação moral porque seria
loucura fazer uma reivindicação
trabalhista", disse Rojas, que foi
amparado pelo sindicato dos atletas profissionais do Chile no caso
junto à Fifa. Ele disse que pretende continuar no Brasil e no São
Paulo, clube que o acolheu na fase
mais difícil de sua vida.
Com agências internacionais
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