São Paulo, quarta-feira, 01 de maio de 2002

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FUTEBOL

Mesmo perdendo por 2 gols na Copa do Brasil, cada atleta leva R$ 10 mil

Brasiliense tem premiação extra para passar à decisão

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
E DA AGÊNCIA FOLHA EM BELO HORIZONTE

Além da vantagem de poder perder, em casa, por até dois gols de diferença do Atlético-MG, os jogadores do Brasiliense terão hoje um estímulo a mais para levar o time à final da Copa do Brasil.
O ex-senador Luiz Estevão, presidente e dono do clube do Distrito Federal, resolveu aumentar a premiação pela classificação de R$ 8.000 para R$ 10 mil para cada jogador. No primeiro jogo da semifinal, em Belo Horizonte, o Brasiliense venceu por 3 a 0.
Estevão, que teve o mandato cassado por acusações de suposto envolvimento no desvio de verbas da obra do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, patrocina o time com verba de suas empresas, que fazem parte do Grupo OK. Ele assiste a todos os treinos, cobra resultados, mas diz não interferir na escalação da equipe.
Criado há menos de dois anos, o Brasiliense já foi campeão da segunda divisão do Campeonato do Distrito Federal e vice da primeira divisão. Em 2002, por meio de uma parceria com o Flamengo, a equipe foi reforçada com seis jogadores do clube carioca, entre eles Jackson e Lê.
Caso se classifique hoje, o Brasiliense será o primeiro time do Distrito Federal a disputar uma final da Copa do Brasil. Será também a primeira equipe da terceira divisão a chegar à decisão de um torneio de elite no país.
O título da Copa do Brasil dá uma vaga na Taça Libertadores.
De acordo com as estatísticas, a classificação do Atlético-MG não será fácil. O Brasiliense tem a defesa menos vazada entre os semifinalistas da Copa do Brasil -levou cinco gols em nove partidas, contra 15 do Atlético e nove de São Paulo e Corinthians.
Em nenhum jogo do torneio o time perdeu por mais de dois gols.
Apesar do retrospecto favorável, o treinador Péricles Chamusca afirmou que "vamos atacar como time grande e nos defender como time pequeno".
Além de ter de derrotar o Brasiliense hoje por quatro gols de diferença -se vencer por três gols, a decisão será nos pênaltis-, o Atlético-MG terá de superar o trauma de ter sido eliminado, no último domingo, da Copa Sul-Minas, justamente na semifinal. Com o agravante de ter sido diante do Cruzeiro, seu arqui-rival.
Uma derrocada hoje significará dois fracassos em semifinais em uma mesma semana, fato inédito na história do clube mineiro.
Somente no Brasileiro, a partir de 1971, o Atlético-MG chegou 14 vezes às semifinais. Só passou por essa barreira quatro vezes. A última eliminação foi no ano passado, contra o São Caetano.
Na Copa do Brasil, é a segunda vez que o clube chega à semifinal. Em 2000, foi eliminado pelo São Paulo, que era treinado por Levir Culpi, hoje no comando do time.
A dificuldade para mudar o resultado na partida de hoje é reconhecida por todos.
"Temos de jogar tudo o que sabemos e mais um pouco. Temos de ter espírito de vitória para revertermos essa situação difícil e complicada que nós criamos", disse o volante Gilberto Silva.
"Vamos ter de começar a atacar assim que o juiz apitar. Só assim vamos poder mudar essa situação", disse o atacante Guilherme, que terá a volta do companheiro Marques no ataque.
Ao contrário da semana passada, quando o time jogou sem cinco titulares, o Atlético deve entrar em campo no jogo de hoje quase completo. Levir Culpi não disse se vai escalar três atacantes.
O meia Rodrigo ainda será avaliado. O goleiro Velloso está afastado por oito meses devido a um problema no tendão do ombro. Ele foi operado ontem.


NA TV - Sportv (canal local), ao vivo, às 21h45



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