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Seleção já se queixa do próximo compromisso
DO ENVIADO A GUADALAJARA
Para a seleção brasileira, a Copa
das Confederações, segundo torneio mundial mais importante
para profissionais organizado pela Fifa, virou um mico.
A competição, que neste ano
acontece em junho, na França, é
motivo de queixas para a comissão técnica capitaneada por Carlos Alberto Parreira e jogadores.
Faltando menos de dois meses
para o início da Copa das Confederações, os planos da comissão
técnica para a competição ainda
não foram traçados.
Ainda não está definida, por
exemplo, a data de embarque para a França. Se um amistoso na
Europa não for arrumado, a chegada será em cima da hora.
"Talvez vamos chegar três dias
antes e atuar nos dias 19, 21 e 23.
Só vamos jogar, não vamos treinar", lamenta Parreira, que ataca
a realização da competição feita
pela Fifa nessa época do ano.
"É uma coisa esdrúxula. É final
de temporada, os jogadores que
atuam na Europa estão esgotados", afirma o treinador.
Com o pequeno intervalo de cada partida, os participantes na
edição francesa terão que fazer
constantes deslocamentos, já que
os confrontos serão realizados em
cidades diferentes, em viagens de
até 500 km de distância.
Outras seleções abriram mão de
jogar a Copa das Confederações.
É o caso, por exemplo, da vice-campeã mundial Alemanha, que
viu pouca vantagens esportivas e
financeiras e preferiu não mexer
na folga de seus jogadores.
Além de resolver os problemas
de logística, Parreira terá que desafiar uma série de problemas
com os jogadores do país.
"Vai ser ruim, pois terei de interromper minhas férias", afirma
o volante Gilberto Silva, que irá
encerrar sua temporada na segunda quinzena de maio.
Ronaldo e Roberto Carlos, que
ainda estarão jogando pelo Real
Madrid, estão fora dos planos.
O calendário do futebol brasileiro também pode desfalcar o time
nacional. No mesmo período da
competição da Fifa serão decididas a Copa do Brasil e a Libertadores. Assim, jogadores como
Kaká, Robinho, Diego e Anderson Polga também correm o risco
de não ir à França em junho.
Copa das Confederações e Brasil parecem não combinar mesmo. Até quando o país venceu a
competição, em 1997, na Arábia
Saudita, problemas apareceram.
Naquela ocasião, um grupo de
jogadores raspou, à força, o cabelo de outros, causando uma ruptura entre os convocados.
Em 1999, no México, o país foi
derrotado pelos donos da casa.
Wanderley Luxemburgo, no comando da equipe, foi muito criticado por ter montado um time,
na decisão, com um meio-campo
defensivo -Vampeta, Emerson,
Beto e Zé Roberto.
Mas foi em 2001 que a Copa das
Confederações tomou cara de pesadelo. O então técnico Emerson
Leão levou um time modesto para
a Coréia do Sul e o Japão. Eliminado nas semifinais, acabou demitido ainda no aeroporto, antes do
embarque de volta ao Brasil.
(PC)
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