São Paulo, domingo, 01 de maio de 2005

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FUTEBOL

A maior Copa Toyota da história

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Será o segundo Mundial da Fifa ou a 26ª Copa Toyota?
Desde que o Mundial interclubes passou a ser bancado pela famosa fabricante japonesa de automóveis, em 1980, alguns tentaram diminuir a importância da disputa entre os campeões de Europa e América do Sul. A Copa Toyota, uma das taças oferecidas aos vencedores do tradicional jogo no Japão, virou no Brasil algo com teor pejorativo, apesar de o velho e cobiçado troféu intercontinental lançado nos anos 60 continuar sendo entregue ao clube considerado campeão mundial.
A enorme chave de carro oferecida ao melhor jogador da badalada partida é vista por uns como "prova do crime", como um atestado de que o tal Mundial interclubes é algo para japonês ver.
A criação do Mundial de Clubes da Fifa mataria, a princípio, o Mundial interclubes. A esperada competição da Fifa saiu em 2000, mas só neste ano conseguirá ser novamente colocada em prática. Mas com o nome de Copa Toyota (Campeonato Mundial de Clubes Copa Toyota) e mantendo o espírito que rondou o Japão nos finais de cada ano nas últimas décadas.
A "toyotização" do Mundial, que inicialmente só levou a disputa para um campo neutro (os europeus se cansaram de enfrentar condições pouco esportivas na América), será levada a partir de agora à enésima potência.
A disputa que acontecerá de 11 a 18 de dezembro deste ano terá uma partida na cidade Toyota, no estádio Toyota. Nem a Copa do Mundo de 2002, disputada pela metade no Japão, viu partidas nesse terreno automobilístico.
O estádio Toyota foi concluído em 2001, mas foi cortado da lista de palcos japoneses para o Mundial que fez o Brasil ser penta. Isso não diminui em nada o estádio, que tem teto retrátil e comporta 45 mil pessoas (os torcedores ficam bem próximos do gramado).
Não só os habitantes da cidade Toyota, cerca de 350 mil, acham que o estádio é um dos melhores do Japão. Muitos atletas adoram atuar no local, que recebe normalmente o Nagoya Grampus Eight, time da J-League que é bancado, claro, pela Toyota.
A empresa se instalou na região central da principal ilha japonesa em 1934 e, com sua "força motor", mudou o nome da cidade de Koromo para Toyota. Isso em 1959.
Toyota receberá o segundo jogo do Mundial, que oporá dois dos quatro representantes fora Europa-América do Sul. Caso o sorteio mande o bom time do Pumas, do México (é favorito na final da Copa dos Campeões da Concacaf nos próximos dias), para essa sede, poderemos até ver pela primeira vez um campeão mundial passear literalmente em Toyota.
Os sul-americanos que zombaram da Copa Toyota nos últimos anos também não podem se esquecer de que, desde 1998, a tão prestigiosa Taça Libertadores da América é oficialmente chamada de Copa Toyota Libertadores.
A Conmebol, que também vendeu a Copa Sul-Americana para a Nissan, não é mais a única entidade importante do futebol a terceirizar uma nobre competição. A milionária Fifa, que não tinha associado nome de empresa a nenhum Mundial, assinou Toyota.

Copa Toyota
Algo me diz que o campeão do torneio organizado pela Fifa neste ano erguerá também a taça prateada que leva o nome Toyota Cup.

Mundial interclubes
Algo me diz que o tradicional troféu que tem na base os mapas de Europa e América do Sul e na parte de cima uma bola dourada foi aposentado.

Mundial da Fifa
Algo me diz que o Milan, campeão mundial em 1969 (sem Toyota) e em 1989 e 90 (com Toyota), vencerá a competição da Fifa neste ano e será, portanto, o primeiro campeão mundial para todos os gostos. E algo me diz que a Globo mostrará o evento se tiver time brasileiro.

E-mail rbueno@folhasp.com.br


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