|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Como os santos queriam
JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA
Dos grandes paulistas, saiu
tudo como o São Paulo e o
Santos queriam. Amém.
Para os praianos, bastou botar
alguns titulares em campo para
virar o jogo diante do só aguerrido Palmeiras, depois de um primeiro tempo tecnicamente muito
fraco e um segundo emocionante.
O consolo alviverde se limita ao
espírito de luta que o time tem
mostrado, ao contrário do que vinha fazendo.
Impossível dizer que os jogadores tenham derrubado Emerson
Leão, mas fica clara a vontade inconsciente, ao menos, e dos dois
lados, para que o treinador deixasse o clube.
Leão precisa voltar a ficar de
bem com a vida como nos tempos
em que dirigiu os meninos do
Santos, que lhe fizeram muito
bem. Porque é evidente que estressou o elenco palmeirense.
Já o Santos só tem a lamentar a
eventual perda de Reinaldo para
o jogo diante do Ipatinga, pela
Copa do Brasil, ele que acabou
sendo decisivo na vitória no Palestra Itália.
E o São Paulo brilhou.
Fez um segundo tempo impecável, com direito a quatro belos
gols, na goleada do sábado sobre
o frágil Santa Cruz.
Danilo, Mineiro e Rogério Ceni
estão em estado de graça não é de
hoje, e Leandro passa a ser sempre boa opção para mudar o ritmo do time quando este se mostra
um pouco auto-suficiente demais.
Quem se deu mal foi o Corinthians, que sofreu em Campinas
ao enfrentar uma Ponte Preta em
tarde inspirada e de incrível movimentação tática, ao deixar perdido o sistema defensivo corintiano. Ponto para Vadão.
Não fosse uma vez pela trave e
outras três ou quatro vezes pela
boa atuação de Silvio Luiz e o Timão teria amargado uma goleada, embora também tenha exigido de Jean boas defesas quando já
era derrotado.
O misto quente do time paulistano não fez frente ao campineiro, que, além do mais, deu sorte.
Deu sorte ao não ser percebida
a mão na bola de seu zagueiro na
linha do gol e ao ver outro erro de
arbitragem corrigir mais um.
Sim, porque o pênalti que Antônio Hora Filho marcou sobre Carlos Alberto, quando estava 2 a 1
para a Ponte e para compensar o
não dado quando estava 0 a 0,
simplesmente não existiu. Como
ficou claro que Jean se adiantou
para defender a segunda cobrança de Roger (a primeira, convertida, foi corretamente anulada por
invasão de Carlos Alberto).
Se os santos paulistas se deram
bem, o futebol carioca levou uma
ducha fria com as derrotas normal do Flamengo na casa do Inter, que jogou com time misto, e
acachapante de seu campeão, o
Botafogo, para o Atlético Paranaense-4 a 0 no Maracanã.
Mas que talvez tenham o mérito de botar todos com os pés no
chão, nesta ânsia sem sentido de
se fazer previsões definitivas num
campeonato que nem bem começou. Mesmo os gols, que rarearam
nas primeiras rodadas, começam
a dar o ar de sua graça, neste Brasileirão que promete e que só pegará mesmo depois da Copa do
Mundo na Alemanha.
Absurdo
Um absurdo a decisão judicial
que impediu o Vasco de mandar o clássico contra o Flu em
São Januário. Equivaleria a
proibir o Palmeiras de jogar
contra o Santos em casa. É comum na Europa pequenos estádios abrigarem grandes jogos. Basta tomar as medidas
que cada jogo exige, impedir
que pessoas sem ingresso penetrem nas imediações do campo.
Não se pode justificar a incompetência de quem deve zelar pela segurança pública com a punição a um estádio que tem todas as condições como o histórico, e simpático, São Januário.
Ou será que lá não há condições
para um jogo? Se não tem, interdite-se. Mas, se tem para um
jogo, tem para todos. A proibição alimenta o sentimento de
perseguição ao Vasco que Eurico Miranda gosta de estimular.
@ - blogdojuca@uol.com.br
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Copa 2006: Contusões e fase ruim atormentam os atacantes Índice
|