São Paulo, sábado, 1 de maio de 1999

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FUTEBOL
Evaristo agride membro da Gaviões que invadiu vestiário, após a derrota para o Juventude, na Copa do Brasil
Eliminação acirra a crise no Corinthians

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local

O Corinthians foi eliminado ontem da Copa do Brasil pelo Juventude, no estádio do Pacaembu, ao ser derrotado por 1 a 0. Na terça, já havia perdido o jogo de ida por 2 a 0. Com o resultado, dos paulistas, só o Palmeiras obteve vaga para as quartas-de-final do torneio.
Mas, para o Corinthians, pior do que a eliminação é o clima conturbado que vive o clube nos dias que antecedem o jogo pela Libertadores, na quarta-feira, justamente contra o Palmeiras.
O próprio técnico Evaristo de Macedo pode deixar o time antes mesmo da partida no Morumbi.
Após o jogo, membros da torcida organizada Gaviões da Fiel invadiram o vestiário do time para tirar satisfação com o treinador. Irritado, Evaristo agrediu com um soco em um deles.
O técnico também tem sido criticado pela diretoria do clube. Um dos motivos é a suspenso imposta pela Fifa por não ter pago dívida a um clube do Qatar, não podendo ficar nem no banco de reservas.
Na terça, em Caxias do Sul, conseguiu liminar na Justiça comum, mas o departamento jurídico do Corinthians, com medo de punição por parte da entidade que comanda o futebol mundial, vetou a sua presença em campo.
Anteontem, Evaristo disse que pagaria a dívida -só "o que é justo, não os US$ 57 mil que eles estão cobrando"-, mas não apresentou até ontem à noite a documentação que o garantiria ficar no banco.
Com isso, assistiu ao primeiro tempo das tribunas, mas, na etapa final, ficou num canto da arquibancada, normalmente reservado para torcedores do time visitante, cercado por seguranças.
Oswaldo de Oliveira, auxiliar-técnico, ficou no banco. No primeiro tempo, recebeu algumas instruções de Evaristo. No segundo, recebeu apenas no momento de fazer duas alterações, quando colocou Ricardinho e Mirandinha e tirou Pingo e Fernando.
Na primeira etapa, o Corinthians, que entrou em campo com quatro jogadores no ataque -Marcelinho, Edílson, Fernando e Dinei-, além de contar com Amaral improvisado na lateral direita, foi surpreendido logo aos 11min, quando Márcio, de cabeça, marcou para o Juventude.
O gol tornou a situação do Corinthians dramática, obrigando a equipe a marcar pelo menos quatro gols para ir às quartas-de-final.
Empurrados pela torcida, os paulistas lançaram-se ao ataque, mas perderam várias oportunidades de gol, em chutes de Dinei, aos 15min e aos 17min, ou em cobranças de falta de Marcelinho, aos 28min e aos 38min.
No melhor lance corintiano na primeira etapa, quando o goleiro Emerson ia colocar a bola em jogo, aos 16min, Edílson interceptou o lance e marcou o gol.
O juiz Cláudio Vinícius Cerdeira, no entanto, marcou falta.
No segundo tempo, o Corinthians continuou atacando, mas o fez de forma desorganizada, sem causar preocupações aos rivais.
No final, vaias e xingamentos para Evaristo, Mirandinha e Nei, que, perturbado, chegou a pedir para a torcida gritar mais alto o nome de Maurício, o goleiro reserva da equipe corintiana.



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