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FUTEBOL
Senadores querem devassar a vida bancária de Reynaldo Carneiro Bastos, vice-presidente da Federação Paulista
CPI tira sigilo de braço direito de Farah
DA REPORTAGEM LOCAL
A CPI do Futebol aprovou ontem a quebra dos sigilos bancário
e fiscal de Reynaldo Carneiro Bastos, vice-presidente da Federação
Paulista de Futebol e braço direito
de Eduardo José Farah.
Os senadores receberam denúncias de que Bastos é testa-de-ferro do homem que dirige a FPF
desde 1988. "Não podemos adiantar por que o sigilo dele foi quebrado. A quebra não quer necessariamente dizer que o cidadão
cometeu algum crime. Olhando a
vida bancária, podemos também
dar um atestado de idoneidade",
afirmou o presidente da CPI, senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
Homem de confiança de Farah,
Bastos é responsável pela Comissão de Arbitragem e pelas finanças da federação. Ontem, o dirigente não respondeu aos recados
deixados pela reportagem.
Bastos, que tem uma empresa
de comércio de frangos em Taubaté (interior paulista) e um colégio com 1.200 alunos, participou
da venda do polonês Piekarski
para o Bastia, da França.
Em entrevista no final de janeiro, o então presidente interino da
FPF -Farah estava licenciado-,
confirmou que representou a entidade na negociação.
O caso Piekarski, revelado pela
Folha, é um dos principais alvos
de investigação da CPI. Os senadores suspeitam que Farah usou
uma conta pessoal na Suíça para
"guardar" US$ 1,2 milhão referente a parte do passe do polonês.
O dinheiro ficou fora do país
por dois anos (de 1998 a 2000) e
geraria, de acordo com especialistas em mercado financeiro, um
lucro de US$ 250 mil se o US$ 1,2
milhão tivesse sido aplicado.
Tanto Farah -que ontem deixou hospital em São Paulo após
internação por causa de queda de
pressão- quanto Bastos negam
irregularidade na transação.
Outro ponto que a CPI vai investigar é a suposta ligação de
uma prestadora de serviços de
limpeza, que seria de Bastos, com
empresas que patrocinam (ou patrocinaram) equipes de futebol.
Além de Bastos, a CPI aprovou
também a quebra dos sigilos bancário e fiscal de outro vice da FPF,
Hugo Aparecido Arlete. Os senadores terão acesso aos dados dos
dois dirigentes entre 1996 e 2000.
Apesar de agora estar atirando
contra aliados de Farah, o senador Álvaro Dias elogiou o desempenho do dirigente no depoimento prestado há uma semana.
Na sessão, Farah concordou em
abrir seus sigilos -apesar de ter
recorrido ao Supremo Tribunal
Federal para brecar o pedido.
Durante a final do Paulista-2001, disputada no último domingo entre Corinthians e Botafogo,
no Morumbi, o presidente da CPI
foi convidado de honra de Farah.
Ontem, os senadores ouviram o
depoimento do presidente da Federação Estadual do Rio, Eduardo
Viana. O dirigente admitiu que teve uma cirurgia no valor de R$ 17
mil paga pelo presidente da CBF,
Ricardo Teixeira. "Não vejo nenhum problema nisso."
O relator da CPI, Geraldo Althoff (PFL-SC), disse que Viana
incorreu em crime fiscal, uma vez
que não declarou a doação em seu
Imposto de Renda.
Questionado sobre a possibilidade de abrir suas contas, Viana
disse não. O dirigente tem liminar
que impede a devassa.
A CPI determinou que o deputado Eurico Miranda (PPB-RJ) e
Teixeira vão depor em agosto.
Viana também voltará ao Senado.
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