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GRUPO C/ ONTEM
Graças a chip, atletas pagam tarifa européia
Seleção estréia celular e economiza na conta
FÁBIO VICTOR
FERNANDO MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A ULSAN
Confinada em dois andares de
um hotel em Ulsan, a seleção brasileira, ou pelo menos parte dela,
ganhou um consolo financeiro.
Os 11 jogadores que atuam na
Europa começaram ontem a poder usar seus telefones celulares,
um dos objetos mais polêmicos
da "cartilha" disciplinar imposta
pelo técnico Luiz Felipe Scolari ao
time nacional durante a Copa.
E, graças a um chip, os "estrangeiros" da seleção podem utilizar,
num aparelho coreano, o mesmo
número de seus celulares na Europa e -o que mais festejaram-
pagar pelas ligações o preço que
pagam no velho continente.
Maioria do grupo de 23 convocados, os jogadores que atuam no
Brasil não desfrutam ainda da
"regalia". Para tanto, teriam que
alugar aparelhos coreanos, o que,
segundo a comissão técnica, até
que é permitido, entretanto ainda
não foi feito -talvez para não desagradar a Scolari.
Embora todos os quartos do hotel possuam telefones fixos, a opção dos "europeus" pela adaptação dos celulares foi uma maneira
encontrada para economizar,
pois são os atletas que têm de pagar as despesas das chamadas.
"A diferença entre fazer uma ligação do celular e do telefone fixo
é muito grande. No hotel é muito
caro", disse o zagueiro Edmílson.
Além de ter a obrigação de pagar os salários dos jogadores (que
variam entre R$ 50 mil e R$ 1 milhão mensais) enquanto eles estiverem trabalhando pela seleção, a
CBF é responsável pelas despesas
de transporte, alimentação e hospedagem dos convocados.
Na Coréia, os atletas recebem
ainda uma diária de US$ 100 cada,
mas a obrigação de pagar as contas dos quartos leva à preocupação com o preço das chamadas.
Só com o recurso do chip parte
do time se sentiu à vontade, mas
mesmo assim demorou para usar
os celulares. Motivo: tentaram,
sem sucesso, obter um desconto
na caução de US$ 300 que deixaram para receber os aparelhos.
Famoso por sua "pão-durice",
Scolari também tem conversado
pouco com o Brasil. "Quase não
tenho falado com a Olga [sua mulher]. É muito caro", afirmou.
Mesmo com parte do time já
munida de celulares, seu uso tem
restrições de horários e locais.
Quem for pego falando ao telefone após o horário de recolher, 23h
(ou 23h30, em dias de jogo), será
advertido. Os atletas só podem
usar os celulares nos quartos.
Os jogadores consideram as regras naturais. "Quando é para o
bem da seleção, claro que ninguém vai ficar com o telefone às
duas, três horas da manhã. Ninguém é louco, porque tem treino
de manhã. Isso aí não é nem preciso ter cartilha. Jogador tem que
ser profissional, isso é Copa do
Mundo", disse Rivaldo.
"Espero que a gente utilize bem
esse celular para falar com as pessoas, mas cada um é profissional,
sabe a hora que pode falar. Temos
de ter domínio próprio de estar
longe da família. É um sacrifício
que vai valer a pena, pelo Mundial", completou Edmílson.
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