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Kaká é mina de ouro para rivais
Federação do Zimbábue planeja "ficar rica" com a presença do brasileiro no jogo de amanhã
FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A HARARE (ZIMBÁBUE)
Uma mina de ouro chamada Kaká. É dessa forma que a
Zifa, a confederação zimbabuana de futebol, vê o jogo
de amanhã contra o Brasil.
Se o governo do ditador do
Zimbábue, Robert Mugabe,
busca prestígio político com
o amistoso, os cartolas locais
projetam retorno financeiro
suficiente para tirar suas
contas do vermelho.
"Ficaremos ricos com esse
jogo. Não há como perder dinheiro com Kaká", disse a diretora-executiva da confederação, Henrietta Rushwaya.
Kaká, que se recuperava
de lesão e poderia ser poupado deste amistoso, treinou
normalmente ontem e deve
ser escalado por Dunga.
Rushwaya não revela
quanto espera de lucro nem
qual será a despesa, que está
na casa de US$ 1,3 milhão
(R$ 2,37 milhões), segundo a
reportagem apurou.
Com a venda de 60 mil ingressos variando de US$ 10
(R$ 18) a US$ 40 (R$ 73), deve
ser arrecadado cerca de US$ 1
milhão (R$ 1,8 milhão). Haverá ainda a renda de patrocinadores estatais e de direitos de transmissão. "Com esse dinheiro, vamos pagar as
contas do futebol do Zimbábue durante um ano, no mínimo", diz Rushwaya.
Segundo ela, não há dúvida de que o estádio estará lotado. "O maior problema não
será atrair público, mas como evitar procura muito
maior do que a capacidade."
Órgãos públicos e muitas
empresas privadas de Harare
adotarão o ponto facultativo.
Os ingressos começam a ser
vendidos hoje. A expectativa
é de longas filas no Estádio
Nacional, recém-reformado.
No caminho até o hotel,
muitas pessoas devem saudar o ônibus da seleção, apesar de o avião ter previsão de
aterrissar tarde, perto das 21h
locais (16h de Brasília).
O Brasil reservou 70 quartos do Rainbow Towers, um
dos hotéis mais luxuosos de
Harare. Normalmente, cada
noite nele sai por US$ 200,
mas o hotel fará um preço especial, que não é revelado.
Haverá segurança reforçada na entrada e nos andares
ocupados pela seleção, para
evitar a presença de curiosos.
"Esse é um time especial, que
precisa de segurança especial", afirma Tamuka Macheka, gerente-geral do hotel.
A CBF apresentou ao Rainbow Towers um cardápio
com quatro páginas de exigências alimentares, e a gerência teve de correr para ver
o que é possível providenciar. "Nem tudo que eles pediram existe no Zimbábue",
afirmou Macheka.
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