São Paulo, terça-feira, 01 de junho de 2010

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Kaká é mina de ouro para rivais

Federação do Zimbábue planeja "ficar rica" com a presença do brasileiro no jogo de amanhã

FÁBIO ZANINI
ENVIADO ESPECIAL A HARARE (ZIMBÁBUE)

Uma mina de ouro chamada Kaká. É dessa forma que a Zifa, a confederação zimbabuana de futebol, vê o jogo de amanhã contra o Brasil.
Se o governo do ditador do Zimbábue, Robert Mugabe, busca prestígio político com o amistoso, os cartolas locais projetam retorno financeiro suficiente para tirar suas contas do vermelho.
"Ficaremos ricos com esse jogo. Não há como perder dinheiro com Kaká", disse a diretora-executiva da confederação, Henrietta Rushwaya.
Kaká, que se recuperava de lesão e poderia ser poupado deste amistoso, treinou normalmente ontem e deve ser escalado por Dunga.
Rushwaya não revela quanto espera de lucro nem qual será a despesa, que está na casa de US$ 1,3 milhão (R$ 2,37 milhões), segundo a reportagem apurou.
Com a venda de 60 mil ingressos variando de US$ 10 (R$ 18) a US$ 40 (R$ 73), deve ser arrecadado cerca de US$ 1 milhão (R$ 1,8 milhão). Haverá ainda a renda de patrocinadores estatais e de direitos de transmissão. "Com esse dinheiro, vamos pagar as contas do futebol do Zimbábue durante um ano, no mínimo", diz Rushwaya.
Segundo ela, não há dúvida de que o estádio estará lotado. "O maior problema não será atrair público, mas como evitar procura muito maior do que a capacidade."
Órgãos públicos e muitas empresas privadas de Harare adotarão o ponto facultativo. Os ingressos começam a ser vendidos hoje. A expectativa é de longas filas no Estádio Nacional, recém-reformado.
No caminho até o hotel, muitas pessoas devem saudar o ônibus da seleção, apesar de o avião ter previsão de aterrissar tarde, perto das 21h locais (16h de Brasília).
O Brasil reservou 70 quartos do Rainbow Towers, um dos hotéis mais luxuosos de Harare. Normalmente, cada noite nele sai por US$ 200, mas o hotel fará um preço especial, que não é revelado.
Haverá segurança reforçada na entrada e nos andares ocupados pela seleção, para evitar a presença de curiosos. "Esse é um time especial, que precisa de segurança especial", afirma Tamuka Macheka, gerente-geral do hotel.
A CBF apresentou ao Rainbow Towers um cardápio com quatro páginas de exigências alimentares, e a gerência teve de correr para ver o que é possível providenciar. "Nem tudo que eles pediram existe no Zimbábue", afirmou Macheka.


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