São Paulo, quarta-feira, 01 de junho de 2011

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Em meio à crise, Platini emerge só

FIFA
Pré-candidato à sucessão em 2015, francês inicia disputa à frente


DO ENVIADO A ZURIQUE

A maioria dos dirigentes da cúpula da Fifa passava apressada para setores privados do hotel Bar Au Lac na manhã de ontem em Zurique.
Alguns, como Ricardo Teixeira, da CBF, sequer apareciam. O presidente da Uefa, Michel Platini, sentava no restaurante aberto e atendia a alguns jornalistas.
É um reflexo de como o cartola francês se aproveitou da crise da Fifa para posar de estadista. E claramente se posicionar como candidato à sucessão da presidência da entidade em 2015.
Platini leva vantagem sobre seus colegas de Comitê- -Executivo da entidade por não ter o seu nome envolvido nos escândalos de corrupção que abalam a organização.
Teixeira, outro que pretende ser candidato em 2015, já teve seu nome envolvido em CPI, em denúncia de receber propina da ISL e pedido de favor em troca de votos.
Ao mesmo tempo, Platini protege o status quo de Joseph Blatter, de quem é aliado e a quem não critica.
Demonstrou seu apoio ao atual mandatário, por exemplo, quando descartou apoiar a reivindicação inglesa de adiar a eleição.
"Por quê?", indagou. "E não sou eu quem decido. Nem tenho voto na Uefa. São as federações", disse.
Mais tarde, também descartou ao "Guardian" se tornar um candidato-relâmpago para concorrer com Blatter. Disse que fica na Uefa até essa data pelo menos.
Suas entrevistas recentes também dão sinais de como ele se exibe como candidato de renovação da Fifa em 2015. Tem ressaltado que seria importante a presença de um ex-jogador, não tão antigo, na direção da entidade.
Sua ideias, no entanto, não traduzem novas práticas administrativas. Ele tem apoiado a gestão de Blatter quando se trata de minimizar o poder dos clubes e fortalecer seleções e federações, o que repete na Uefa.
Até porque está do lado de Blatter desde 1998, naquela que foi a primeira eleição do suíço no futebol.
A lealdade de Platini foi premiada com um anúncio de Blatter de que ele seria o melhor candidato para 2015.
Esse apoio gerou irritação em Ricardo Teixeira, o que fez o suíço esquecer a declaração pelo menos até garantir a sua reeleição na Fifa.
Mas Platini torna-se forte porque já tem o apoio dos 53 europeus. E tem criado programas da Uefa de destinação de recursos a países pobres, o que aumentou sua popularidade entre cartolas desses lugares.
Com uma eleição de candidato único, hoje, a Fifa já vivencia a campanha da sucessão. E, nesta, Platini se apresenta à frente das câmeras, como quando saiu no corredor aberto ao público e à imprensa após o congresso da entidade, ao contrário de seus colegas. Ou seja, age como um político tradicional. (RODRIGO MATTOS)


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