São Paulo, domingo, 01 de julho de 2001

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AUTOMOBILISMO
Fábrica francesa supera sua rival pela 1ª vez em treino da F-1
Na França, pneus dão a primeira pole para Ralf

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO A MAGNY-COURS

Pela primeira vez no ano, a Michelin venceu ontem uma batalha da "guerra dos pneus" em um treino oficial da F-1. Correndo em casa, a fábrica colocou sua principal estrela, Ralf Schumacher, na pole position do GP da França.
Na segunda posição larga seu irmão mais velho, Michael Schumacher. Sua equipe, a Ferrari, usa os pneus japoneses da Bridgestone, absolutos até ontem.
É a primeira pole position da carreira de Ralf e a terceira corrida seguida em que os dois alemães dividem a ponta do grid.
David Coulthard e Mika Hakkinen, a dupla da McLaren, largam na segunda fila, seguidos por Jarno Trulli, da Jordan, e Juan Pablo Montoya, companheiro de Ralf.
Rubens Barrichello sai em oitavo, sua pior posição em um grid desde o GP da Bélgica de 2000.
A décima etapa do Mundial de F-1 acontece hoje, a partir das 9h (horário de Brasília), no autódromo de Magny-Cours, com TV.
"Estou realmente feliz por esta primeira pole. Para ser sincero, não esperava superar a Ferrari", disse Ralf, que completou 26 anos ontem. "Foi uma disputa apertada, mas fizemos o suficiente para sair com a primeira posição."
O tempo conseguido pelo caçula, 1min12s989, foi só um centésimo de segundo melhor que o do primogênito. A marca é, ainda, 2s643 melhor que a pole do ano passado, reflexo da disputa entre as duas fabricantes de pneus -em 2000, sem concorrência, a Bridgestone estava acomodada.
"Acho que eu até poderia melhorar na minha última volta, mas não consegui. Foi uma pena, mas é o resultado final que conta", afirmou Michael. "Pelo menos, essa é uma boa maneira de o Ralf comemorar o aniversário."
Nos boxes da Williams, a já tradicional frieza de Ralf diante do resultado contrastou com a vibração de toda sua equipe.
A Williams não largava na pole há 58 corridas, desde o GP da Europa de 99 -na ocasião, com o canadense Jacques Villeneuve.
As filas da BMW e da Michelin eram ainda mais longas. A montadora alemã não conseguia uma pole desde o GP da Itália de 86 -com Teo Fabi, num Benetton. A Michelin não largava na frente desde o GP de Portugal de 84 -Nelson Piquet, num Brabham.
No caso da Michelin, um bom resultado hoje é questão de honra. A sede da fábrica francesa de pneus fica em Clemont-Ferrand, a 150 km de Magny-Cours, onde ela realiza todos os seus testes.
"Definitivamente, acho que vamos ter um bom ritmo de corrida. Apesar de o asfalto daqui ser muito abrasivo, não estamos preocupados com resistência", afirmou Pierre Dupasquier, diretor da Michelin, que passou o treino ao lado do carro de Ralf.
Como já havia acontecido na sessão de sexta-feira, a Ferrari enviou seu espião, Miodrag Kotur, observar o trabalho da Williams. Até o GP da Europa, na semana passada, Kotur tinha como principal função investigar a McLaren, agora em segundo plano.
Para a cúpula da Ferrari, uma vitória hoje será uma "zebra".
No início do ano, em seu planejamento para o Mundial, os ferraristas consideraram o GP da França como uma "corrida perdida", pois a Michelin corre em casa.
NA TV - GP da França, Globo, ao vivo, às 9h



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