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VÔLEI
Bons presságios
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
O ano promete ser bom para
a seleção brasileira masculina. Além de atletas talentosos, a
equipe conta com os números a
seu favor. Desde a década de 80, a
cada dez anos o time registra
uma grande conquista: em 1982,
foi vice-campeão mundial, e em
1992, ganhou a medalha de ouro
na Olimpíada de Barcelona.
Bem, estamos em 2002: será que
a equipe, do técnico Bernardinho,
vai conseguir manter a escrita?
O grande desafio deste ano é o
Campeonato Mundial, em setembro, na Argentina. Vencer esse
torneio é a única grande façanha
que falta no currículo da seleção
brasileira masculina adulta.
A Liga, que conta com a participação de 16 seleções, será uma
preparação de luxo para o Mundial. O torneio começou no fim de
semana e irá até agosto.
A equipe brasileira teve um
bom começo: venceu as duas partidas que disputou contra a seleção argentina.
O time ainda está em início de
temporada, mas já deu para perceber que o saque continua sendo
a principal peça a ser ajustada. O
desafio é conseguir um saque potente, que destrua a recepção adversária, mas que tenha uma
margem de erro reduzida.
No time argentino o que mais
impressiona é ver Hugo Conte em
quadra. Aos 39 anos, ele é titular
da equipe. É raro um atacante
atuando com essa idade e ainda
em seleção. É mais comum encontrar levantadores veteranos. Um
exemplo é De Giorgi, 40 anos e levantador da seleção italiana.
Conte pertence à geração mais
vitoriosa do vôlei argentino: foi
medalha de bronze no Mundial
de 82 e nos Jogos Olímpicos de 88.
Nos confrontos contra o Brasil,
a novidade na formação da equipe da Argentina envolveu justamente Conte e mais dois jogadores: Elgueta e Milinkovic.
Conte saiu como central; Milinkovic, como oposto, e Elgueta, na
ponta. Mas, quando ficavam na
mesma rede, não havia um central fixo. Os três se revezavam
nessa posição. Uma estratégia
que dificultou a marcação do bloqueio brasileiro e que só foi possível porque os três atacantes já
atuaram no meio e na ponta.
Essa tática parece inspirada na
criada pelo técnico José Roberto
Guimarães, quando dirigiu a seleção brasileira na conquista do
título olímpico em 1992, em Barcelona. Marcelo Negrão e Carlão
se alternavam no meio da rede.
Na época, a nova posição chegou até a ganhar um nome: meio-de-rede não fixo.
Nos outros jogos da rodada, o
destaque foi a França, que surpreendeu a Iugoslávia, atual
campeã olímpica. Venceu os dois
confrontos: um por 3 sets a 0 e outro por 3 sets a 1. A principal arma
francesa foi o saque poderoso. Um
dos destaques do time é o atacante Granvorka, que atua no Padova, da Itália.
A Rússia, uma das candidatas
ao título, começou com duas vitórias sobre Cuba. A novidade foi a
volta de três jogadores experientes: o central Rouslan Olikhver, o
líbero Evgueni Mitkov e o levantador Vadim Khamouttskikh.
Com eles, os russos ficam mais poderosos na batalha pelo degrau
mais alto do pódio.
Não dá para encerrar a coluna
sem comentar o novo uniforme
da seleção brasileira. É muito estranho ver o time jogando com
camisas verdes, com detalhes em
amarelo. A tradição no vôlei é
azul. Verde e amarelo são cores
para serem usadas no uniforme
da seleção de futebol.
Japão
Os brasileiros Gílson, Ânderson e Max vão disputar mais uma
temporada no Japão. Ânderson vai defender a equipe do Nec. Gílson jogará pelo quinto ano consecutivo no Suntory, atual campeão
japonês. Max vai permanecer no Toyota, equipe que subiu para a
divisão principal. Axé ainda está negociando a renovação com o
Toray, vice-campeão nacional.
Itália
Ainda não foi definido em qual time italiano os atacantes da seleção brasileira Giba e Gustavo vão atuar na próxima temporada. Os
dois jogadores têm mais um ano de contrato com o Ferrara, mas
podem defender outro clube na próxima temporada. Giba tem
propostas de duas equipes: Trento e Cuneo. Já a transferência de
Gustavo para o Sisley Treviso já é praticamente certa. Ele deverá assinar um contrato de três anos. Nalbert já acertou tudo com o Macerata e vai jogar na Itália nas duas próximas temporadas.
E-mail cidasan@uol.com.br
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