São Paulo, segunda-feira, 01 de julho de 2002

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VÔLEI

Bons presságios

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

O ano promete ser bom para a seleção brasileira masculina. Além de atletas talentosos, a equipe conta com os números a seu favor. Desde a década de 80, a cada dez anos o time registra uma grande conquista: em 1982, foi vice-campeão mundial, e em 1992, ganhou a medalha de ouro na Olimpíada de Barcelona.
Bem, estamos em 2002: será que a equipe, do técnico Bernardinho, vai conseguir manter a escrita?
O grande desafio deste ano é o Campeonato Mundial, em setembro, na Argentina. Vencer esse torneio é a única grande façanha que falta no currículo da seleção brasileira masculina adulta.
A Liga, que conta com a participação de 16 seleções, será uma preparação de luxo para o Mundial. O torneio começou no fim de semana e irá até agosto.
A equipe brasileira teve um bom começo: venceu as duas partidas que disputou contra a seleção argentina.
O time ainda está em início de temporada, mas já deu para perceber que o saque continua sendo a principal peça a ser ajustada. O desafio é conseguir um saque potente, que destrua a recepção adversária, mas que tenha uma margem de erro reduzida.
No time argentino o que mais impressiona é ver Hugo Conte em quadra. Aos 39 anos, ele é titular da equipe. É raro um atacante atuando com essa idade e ainda em seleção. É mais comum encontrar levantadores veteranos. Um exemplo é De Giorgi, 40 anos e levantador da seleção italiana.
Conte pertence à geração mais vitoriosa do vôlei argentino: foi medalha de bronze no Mundial de 82 e nos Jogos Olímpicos de 88.
Nos confrontos contra o Brasil, a novidade na formação da equipe da Argentina envolveu justamente Conte e mais dois jogadores: Elgueta e Milinkovic.
Conte saiu como central; Milinkovic, como oposto, e Elgueta, na ponta. Mas, quando ficavam na mesma rede, não havia um central fixo. Os três se revezavam nessa posição. Uma estratégia que dificultou a marcação do bloqueio brasileiro e que só foi possível porque os três atacantes já atuaram no meio e na ponta.
Essa tática parece inspirada na criada pelo técnico José Roberto Guimarães, quando dirigiu a seleção brasileira na conquista do título olímpico em 1992, em Barcelona. Marcelo Negrão e Carlão se alternavam no meio da rede.
Na época, a nova posição chegou até a ganhar um nome: meio-de-rede não fixo.
Nos outros jogos da rodada, o destaque foi a França, que surpreendeu a Iugoslávia, atual campeã olímpica. Venceu os dois confrontos: um por 3 sets a 0 e outro por 3 sets a 1. A principal arma francesa foi o saque poderoso. Um dos destaques do time é o atacante Granvorka, que atua no Padova, da Itália.
A Rússia, uma das candidatas ao título, começou com duas vitórias sobre Cuba. A novidade foi a volta de três jogadores experientes: o central Rouslan Olikhver, o líbero Evgueni Mitkov e o levantador Vadim Khamouttskikh. Com eles, os russos ficam mais poderosos na batalha pelo degrau mais alto do pódio.
Não dá para encerrar a coluna sem comentar o novo uniforme da seleção brasileira. É muito estranho ver o time jogando com camisas verdes, com detalhes em amarelo. A tradição no vôlei é azul. Verde e amarelo são cores para serem usadas no uniforme da seleção de futebol.

Japão
Os brasileiros Gílson, Ânderson e Max vão disputar mais uma temporada no Japão. Ânderson vai defender a equipe do Nec. Gílson jogará pelo quinto ano consecutivo no Suntory, atual campeão japonês. Max vai permanecer no Toyota, equipe que subiu para a divisão principal. Axé ainda está negociando a renovação com o Toray, vice-campeão nacional.

Itália
Ainda não foi definido em qual time italiano os atacantes da seleção brasileira Giba e Gustavo vão atuar na próxima temporada. Os dois jogadores têm mais um ano de contrato com o Ferrara, mas podem defender outro clube na próxima temporada. Giba tem propostas de duas equipes: Trento e Cuneo. Já a transferência de Gustavo para o Sisley Treviso já é praticamente certa. Ele deverá assinar um contrato de três anos. Nalbert já acertou tudo com o Macerata e vai jogar na Itália nas duas próximas temporadas.
E-mail cidasan@uol.com.br



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