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OLIMPÍADA
Cidades injetariam dinheiro governamental em parte operacional
Rio e SP prevêem lucro, mas recorrem a verba pública
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os comitês das candidaturas de
São Paulo e do Rio à Olimpíada de
2012 prevêem em seus orçamentos excedentes que se encontram,
respectivamente, entre US$ 327,4
milhões e US$ 128 milhões.
Porém, apesar da perspectiva
otimista, as cidades planejam usar
verbas do governo para possibilitar não só obras de infra-estrutura
mas também o aspecto operacional dos Jogos, segundo seus dossiês e questionários enviados ao
Comitê Olímpico Brasileiro.
As duas cidades buscam o direito de representar o país na disputa
para recepcionar os Jogos Olímpicos de 2012. O COB anuncia a
vencedora na próxima segunda.
O dossiê da candidatura carioca
prevê que os governos municipal
e federal contribuam cada um
com US$ 50 milhões na organização dos Jogos Olímpicos, totalizando US$ 100 milhões, conforme
detalha um de seus gráficos.
O dinheiro seria encaminhado
pelas diferentes esferas de governo ao Cojo (Comitê Organizador
dos Jogos Olímpicos), que constituiria personalidade jurídica. Este
será integrado por representantes
do município e membros do COB
e será encarregado do aspecto
operacional da Olimpíada.
"Esse dinheiro do governo entraria no orçamento do Cojo pois
ele prevê o remodelamento de
instalações públicas, que seria
realizado com essa verba do governo", justifica o secretário de
Esporte do Rio, Ruy Cézar.
"Quanto às obras em estruturas
privadas também previstas no orçamento do Cojo, essas receberiam só estruturas temporárias,
que, posteriormente, seriam retiradas", completou o dirigente.
Assim como acontecerá com
São Paulo, no caso do Rio as autoridades municipal, estadual e federal também tomariam parte de
um segundo orçamento, chamado de não-Cojo e que teria como
alvo as obras de infra-estrutura
para preparar o Rio para recepcionar um evento do porte de
uma Olimpíada. O orçamento
não-Cojo dos cariocas atingiria a
soma total de US$ 3,1 bilhões.
Já o dossiê paulistano previa no
item 11 do tema 17, "Finanças",
que "não deve haver subsídios governamentais diretos para o custeio relativo às despesas do Cojo".
Ou seja, o texto dava a entender
que o dinheiro público seria encaminhado diretamente do governo
às obras de infra-estrutura.
No entanto, em questionário
(que funciona como uma espécie
de adendo do dossiê) entregue ao
COB posteriormente, um gráfico
mostra que foram incluídos no
orçamento do Cojo US$ 359,2 milhões, que têm como "origem
provável" a prefeitura municipal.
Segundo informou a assessoria
de imprensa da Secretaria Municipal de Esporte, esse dinheiro seria investido somente em reformas em instalações esportivas.
Os investimentos previstos por
São Paulo para infra-estrutura
chegariam a US$ 10 bilhões.
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