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São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2003

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OLIMPÍADA

Cidades injetariam dinheiro governamental em parte operacional

Rio e SP prevêem lucro, mas recorrem a verba pública

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os comitês das candidaturas de São Paulo e do Rio à Olimpíada de 2012 prevêem em seus orçamentos excedentes que se encontram, respectivamente, entre US$ 327,4 milhões e US$ 128 milhões.
Porém, apesar da perspectiva otimista, as cidades planejam usar verbas do governo para possibilitar não só obras de infra-estrutura mas também o aspecto operacional dos Jogos, segundo seus dossiês e questionários enviados ao Comitê Olímpico Brasileiro.
As duas cidades buscam o direito de representar o país na disputa para recepcionar os Jogos Olímpicos de 2012. O COB anuncia a vencedora na próxima segunda.
O dossiê da candidatura carioca prevê que os governos municipal e federal contribuam cada um com US$ 50 milhões na organização dos Jogos Olímpicos, totalizando US$ 100 milhões, conforme detalha um de seus gráficos.
O dinheiro seria encaminhado pelas diferentes esferas de governo ao Cojo (Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos), que constituiria personalidade jurídica. Este será integrado por representantes do município e membros do COB e será encarregado do aspecto operacional da Olimpíada.
"Esse dinheiro do governo entraria no orçamento do Cojo pois ele prevê o remodelamento de instalações públicas, que seria realizado com essa verba do governo", justifica o secretário de Esporte do Rio, Ruy Cézar.
"Quanto às obras em estruturas privadas também previstas no orçamento do Cojo, essas receberiam só estruturas temporárias, que, posteriormente, seriam retiradas", completou o dirigente.
Assim como acontecerá com São Paulo, no caso do Rio as autoridades municipal, estadual e federal também tomariam parte de um segundo orçamento, chamado de não-Cojo e que teria como alvo as obras de infra-estrutura para preparar o Rio para recepcionar um evento do porte de uma Olimpíada. O orçamento não-Cojo dos cariocas atingiria a soma total de US$ 3,1 bilhões.
Já o dossiê paulistano previa no item 11 do tema 17, "Finanças", que "não deve haver subsídios governamentais diretos para o custeio relativo às despesas do Cojo".
Ou seja, o texto dava a entender que o dinheiro público seria encaminhado diretamente do governo às obras de infra-estrutura.
No entanto, em questionário (que funciona como uma espécie de adendo do dossiê) entregue ao COB posteriormente, um gráfico mostra que foram incluídos no orçamento do Cojo US$ 359,2 milhões, que têm como "origem provável" a prefeitura municipal.
Segundo informou a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Esporte, esse dinheiro seria investido somente em reformas em instalações esportivas.
Os investimentos previstos por São Paulo para infra-estrutura chegariam a US$ 10 bilhões.


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