São Paulo, quinta-feira, 01 de julho de 2004

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FUTEBOL

Time mantém tabu do Flamengo, vence Copa do Brasil, vai à Libertadores e deixa de ser sombra do São Caetano

Maracanã lotado consagra Santo André

Victor R. Caivano/France Presse
Após vazar Júlio César, Elvis festeja o segundo gol do Santo André, que selou a conquista inédita


DA REPORTAGEM LOCAL

O Santo André virou Santo André. O time conseguiu ontem sua identidade nacional definitiva, ao conquistar a Copa do Brasil -o primeiro título nacional de um time do ABC, vencendo o Flamengo por 2 a 0 no Maracanã e se classificando à Libertadores de 2005.
Depois de um jogo em que administrou o nervosismo do adversário -que volta à realidade de vice-lanterna do Brasileiro- a elite do futebol nacional não deverá mais confundir o time com o São Caetano, seu rival no ABC.
A equipe, penúltima na Série B -e segundo clube da Segundona a ganhar o torneio, depois do Criciúma-, reverteu a desvantagem e coroou a campanha na qual atropelara Atlético-MG, Guarani, Palmeiras. Ao todo, seus rivais somam dez títulos do Brasileiro.
A derrota deflagra a crise no Flamengo, com sintomas sentidos ontem. O presidente Márcio Braga foi agredido por dois torcedores no estacionamento do estádio. Os dois foram presos.
Os cariocas foram ao gramado com três volantes: Da Silva, Douglas Silva e Robson, substituto de Zinho, que ficou no banco.
Mas o volante, de 17 anos, não durou muito tempo. Aos 8min, num lance com Elvis, Robson sentiu o tornozelo, e o meia Jônatas entrou em seu lugar. Sem querer, o time ganhava ofensividade.
A primeira boa chance foi de Jônatas, aos 21min. O meia recebeu de Ibson dentro da área e chutou, mas a bola foi desviada e saiu.
A resposta do Santo André veio aos 26min, quando o volante Ramalho avançou e chutou de fora da área. A bola passou perto da trave esquerda de Júlio César.
Voltando à tática que venceu o Estadual deste ano, o Flamengo forçava o jogo nos dribles de Felipe pela direita. Num desses, aos 34min, o meia tocou para Reginaldo Araújo, que dominou com dificuldade e chutou sem perigo.
O jogo era pontuado por faltas e passes errados. O Flamengo tinha ímpeto ofensivo, mas esbarrava na bem posicionada defesa rival.
Por sua vez, a equipe de Péricles Chamusca não mostrava a agressividade que seu treinador anunciara, contra-atacando mal para quem precisava vencer ou empatar por 2 a 2 para ir aos pênaltis.
Aos 41min, Felipe foi lançado na ponta esquerda e rolou para Jônatas, que dominou de costas, girou e chutou, mas a zaga novamente tirou para escanteio. O primeiro tempo acabou sem uma conclusão certa de lado a lado.
No segundo tempo, o Santo André entrou com mais determinação e, aos 7min, após um escanteio, Sandro Gaúcho, livre, fez de cabeça seu sexto gol no torneio, calando o Maracanã lotado.
Aos 16min, Abel partiu para o tudo ou nada. Tirou Roger e Douglas Silva e pôs Athirson e Negreiros. Dois minutos depois, Chamusca respondeu com Da Guia no lugar do lateral Nelsinho.
O Santo André se acalmou, e a torcida rubro-negra se manifestava cada vez menos. O silêncio ficou ainda maior quando, aos 23min, Osmar na esquerda e cruzou para Elvis tocar para as redes. Aos 30min, a torcida rubro-negra já abandonava o estádio.
Quando Carlos Eugênio Simon apitou o fim, o Flamengo completou 21 anos sem vencer um rival de fora do Rio em finais no Maracanã - o último vencido foi o Santos em 83, contra o Santos- e premiou o Santo André, que faz só 37 anos em setembro.


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