|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Parreira desmonta quadrado
Técnico avisa a atletas que Juninho vai ocupar a vaga de Adriano; Ronaldinho jogará mais à frente
Atacante da Inter de Milão, em greve de silêncio com a imprensa brasileira, perde o lugar no time mesmo tendo marcado dois gols na Copa
DOS ENVIADOS A FRANKFURT
Carlos Alberto Parreira disse
a seus jogadores ontem, em
reunião na concentração da seleção brasileira em Frankfurt,
que o seu "quadrado mágico"
com atletas puramente ofensivos, em ação desde o início da
Copa, não será usado no jogo de
hoje contra a França.
O treinador passou a eles a
equipe que vai escalar. E nela
Adriano, o artilheiro da seleção
sob o comando do treinador, dá
lugar a Juninho, convocado para atuar como meia, mas que joga como segundo volante no
Lyon, o seu clube na França.
Sua entrada também vai mudar a posição de Ronaldinho.
Ele vai do meio para a frente,
posição na qual, jogando no
Barcelona, conseguiu ganhar
duas vezes o título de melhor
jogador do mundo.
Parreira disse aos jornalistas
que anunciaria para seus jogadores a escalação ontem, o que
realmente fez, mas sem entrar
em maiores detalhes sobre sua
opção. A formação oficial só será divulgada hoje, pouco antes
da partida, dentro do prazo estabelecido pela Fifa para isso.
Destaque nos treinos e também no jogo contra o Japão,
quando foi titular, mas como
volante, Juninho passou para
Parreira durante os últimos
dias várias informações sobre a
seleção francesa.
Ele entra no lugar de um jogador em má fase, apesar de ter
feito dois gols no Mundial, e
que está há quase dez dias em
greve de silêncio com a imprensa brasileira, a quem acusa de
querer sua saída do time
(Adriano afirmou isso a jornalistas estrangeiros).
A seleção vem jogando com
dois meias ofensivos e dois atacantes há mais de um ano. Parreira sempre prometeu que começaria a Copa dessa forma,
assim como ressalvou a possibilidade de mudar a forma do
time jogar durante o torneio.
Dos integrantes do "quadrado mágico", é justamente Ronaldo, sobre quem pairavam
mais dúvidas no começo da Copa, o único que chega às quartas-de-final em alta. Depois de
dois maus jogos, desencantou e
já marcou três vezes.
Ronaldinho é a grande decepção do Mundial. Eleito pela
Fifa o melhor jogador do mundo nos últimos dois anos, ainda
não fez uma boa exibição. "Sem
dúvida, ainda não joguei tudo
que posso render", disse.
Na pesquisa Datafolha publicada ontem, o jogador foi apontado como o pior da equipe. Ele
foi escolhido por 13% dos 2.828
entrevistados.
O meia ainda não fez gols
após quatro jogos na Copa. Na
seleção, seu jejum é bem maior
-há um ano não marca. A última vez foi contra os argentinos,
pela Copa das Confederações,
no Estádio de Frankfurt, onde
joga hoje. Desde então, foram
nove partidas pelo Brasil.
"Aquele gol ficou marcado na
minha cabeça, e espero que volte a acontecer um outro aqui",
declarou Ronaldinho.
Kaká é outro que passa por
uma situação desconfortável
na seleção atualmente. Destaque no período de preparação
da equipe na Suíça, o meia fez
duas boas exibições nesta Copa, marcou o gol da vitória na
estréia em Berlim, mas depois
caiu de rendimento.
Para complicar ainda mais
sua situação, sofreu uma contusão no joelho direito na partida contra Gana e por pouco não
fica de fora hoje. "Só jogo se estiver 100%. Se entrar em campo sem estar assim, vou atrapalhar a seleção", disse.
(EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
Texto Anterior: COPA 2006 Agora ou nunca Próximo Texto: Memória: Com Juninho, time acumulou insucessos Índice
|