São Paulo, sábado, 01 de julho de 2006

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Fardo de quarteto agora é seu alicerce

Apontado antes da Copa como o ponto fraco do ataque, Ronaldo evolui e é o que vive melhor fase entre os colegas

Ronaldinho ainda não se destacou, Kaká viu seu rendimento despencar, e Adriano quase perdeu vaga de titular para Robinho


DOS ENVIADOS A FRANKFURT

Antes do início da Copa, Ronaldo era apontado como o ponto vulnerável do quadrado ofensivo da seleção. Agora, a situação mudou. Hoje, em Frankfurt, os outros três integrantes do esquema -Ronaldinho, Kaká e Adriano- entram em campo com a obrigação de convencer os torcedores.
O meia do Barcelona é a maior decepção do Mundial. Eleito pela Fifa o melhor jogador do mundo nos últimos dois anos, ainda não fez uma boa exibição. Jogando numa posição diferente da em que se consagrou na Espanha, Ronaldinho não esconde que se sente mal com o momento. "Sem dúvida, ainda não joguei tudo que posso render", disse o jogador.
Na pesquisa Datafolha publicada ontem, o jogador foi apontado como o pior da equipe no Mundial. Ele foi escolhido por 13% dos 2.828 entrevistados.
O meia ainda não fez gols após quatro jogos na Copa. Na seleção, seu jejum é bem maior -há um ano não marca. A última vez foi contra os argentinos, pela Copa das Confederações, no Estádio de Frankfurt, onde joga hoje. Desde então, foram nove partidas pelo Brasil.
"Aquele gol ficou marcado na minha cabeça, e espero que volte a acontecer um outro aqui", declarou Ronaldinho.
Kaká é outro que passa por uma situação desconfortável na seleção atualmente. Destaque no período de preparação da equipe na Suíça, o meia fez duas boas exibições nesta Copa, marcou o gol da vitória na estréia em Berlim, mas depois caiu de rendimento.
Para complicar ainda mais sua situação, Kaká sofreu uma contusão no joelho direito na partida contra Gana e por pouco não fica fora hoje.
"Só jogo se estiver 100%. Se entrar em campo sem estar assim, vou atrapalhar a seleção", disse o meia do Milan, antes de começar o treino de ontem. Depois, o jogador se movimentou bem e garantiu a escalação.
Já Adriano é o que está em pior fase. O atacante da Inter de Milão chegou a decretar uma greve de silêncio com os jornalistas brasileiros por causa das críticas às suas atuações no Mundial. Ele só fala com a imprensa estrangeira.
Ontem, Adriano mais uma vez se calou. Ao passar na zona mista, área em que a Fifa permite que os atletas dêem entrevistas, o jogador colocou um fone nos ouvidos e fechou a cara.
Mesmo já tendo marcado dois gols na Copa, ele ainda não convenceu o técnico Carlos Alberto Parreira.
Ele ficou fora da partida contra o Japão, na semana passada, e só não foi barrado do jogo das oitavas-de-final por causa da contusão de Robinho, que seria seu substituto.
"Não sei por que [sofro as críticas]. Digo sempre que quem ri por último ri melhor", disse o atacante a um grupo de jornalistas estrangeiros anteontem, ao quebrar o silêncio. (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)

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