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Fardo de quarteto agora é seu alicerce
Apontado antes da Copa como o ponto fraco do ataque, Ronaldo evolui e é o que vive melhor fase entre os colegas
Ronaldinho ainda não se
destacou, Kaká viu seu
rendimento despencar, e
Adriano quase perdeu vaga
de titular para Robinho
DOS ENVIADOS A FRANKFURT
Antes do início da Copa, Ronaldo era apontado como o
ponto vulnerável do quadrado
ofensivo da seleção. Agora, a situação mudou. Hoje, em
Frankfurt, os outros três integrantes do esquema -Ronaldinho, Kaká e Adriano- entram
em campo com a obrigação de
convencer os torcedores.
O meia do Barcelona é a
maior decepção do Mundial.
Eleito pela Fifa o melhor jogador do mundo nos últimos dois
anos, ainda não fez uma boa
exibição. Jogando numa posição diferente da em que se consagrou na Espanha, Ronaldinho não esconde que se sente
mal com o momento. "Sem dúvida, ainda não joguei tudo que
posso render", disse o jogador.
Na pesquisa Datafolha publicada ontem, o jogador foi apontado como o pior da equipe no
Mundial. Ele foi escolhido por
13% dos 2.828 entrevistados.
O meia ainda não fez gols
após quatro jogos na Copa. Na
seleção, seu jejum é bem maior
-há um ano não marca. A última vez foi contra os argentinos,
pela Copa das Confederações,
no Estádio de Frankfurt, onde
joga hoje. Desde então, foram
nove partidas pelo Brasil.
"Aquele gol ficou marcado na
minha cabeça, e espero que volte a acontecer um outro aqui",
declarou Ronaldinho.
Kaká é outro que passa por
uma situação desconfortável
na seleção atualmente. Destaque no período de preparação
da equipe na Suíça, o meia fez
duas boas exibições nesta Copa, marcou o gol da vitória na
estréia em Berlim, mas depois
caiu de rendimento.
Para complicar ainda mais
sua situação, Kaká sofreu uma
contusão no joelho direito na
partida contra Gana e por pouco não fica fora hoje.
"Só jogo se estiver 100%. Se
entrar em campo sem estar assim, vou atrapalhar a seleção",
disse o meia do Milan, antes de
começar o treino de ontem. Depois, o jogador se movimentou
bem e garantiu a escalação.
Já Adriano é o que está em
pior fase. O atacante da Inter de
Milão chegou a decretar uma
greve de silêncio com os jornalistas brasileiros por causa das
críticas às suas atuações no
Mundial. Ele só fala com a imprensa estrangeira.
Ontem, Adriano mais uma
vez se calou. Ao passar na zona
mista, área em que a Fifa permite que os atletas dêem entrevistas, o jogador colocou um fone nos ouvidos e fechou a cara.
Mesmo já tendo marcado
dois gols na Copa, ele ainda não
convenceu o técnico Carlos Alberto Parreira.
Ele ficou fora da partida contra o Japão, na semana passada,
e só não foi barrado do jogo das
oitavas-de-final por causa da
contusão de Robinho, que seria
seu substituto.
"Não sei por que [sofro as críticas]. Digo sempre que quem ri
por último ri melhor", disse o
atacante a um grupo de jornalistas estrangeiros anteontem,
ao quebrar o silêncio.
(EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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