São Paulo, domingo, 01 de julho de 2007

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Na estréia, estádio João Havelange revela problemas

Clássico inaugural da arena do Pan tem vitória do Botafogo sobre o Fluminense, que viu Alex Dias fazer o primeiro gol

Incidente entre as torcidas, falta de acesso para idosos, banheiros sujos e trânsito caótico na região ofuscam beleza do novo Engenhão

DO ENVIADO AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO

O espaço é novo, a arena impressiona por sua cobertura que circunda toda a arquibancada, mas ontem a inauguração do Estádio João Havelange não esteve isenta de problemas, apesar da festa dos torcedores.
Uma enorme faixa estendida no gramado antes do início do clássico pedia paz. No entanto, na porta do estádio, houve alguns incidentes de torcida.
Não havia entrada prevista para idosos. Houve tumulto na ala sul, próxima à estação de trem Engenho de Dentro, e a polícia chegou a utilizar spray de pimenta para reprimir a confusão. O grupo só foi liberado para entrar por volta dos 15 minutos do primeiro tempo.
Ainda no primeiro tempo, cerca de 200 torcedores do Fluminense tentaram forçar a entrada pela ala oeste. Ao encontrar os portões fechados, os mais exaltados estouraram rojões em direção à entrada.
O trânsito na região ficou carregado. Pouco antes do início do jogo, havia 1,5 km de congestionamento na Linha Amarela, principal via de acesso da Barra da Tijuca ao estádio.
Boa parte da torcida foi a pé, já que a polícia proibiu a circulação de carros nos arredores do estádio. A principal alternativa para chegar ao jogo era a estação de trem Engenho de Dentro, ao lado do estádio.
A rampa que dá acesso direto da estação para o estádio, porém, ainda não ficou pronta. Alguns operários ainda faziam serviço de soldagem pouco antes do início do confronto.
As lanchonetes instaladas no estádio também não deram conta da demanda do público -43.810 torcedores, gerando uma renda de R$ 600 mil de acordo com a Prefeitura do Rio, organizadora do evento.
A alternativa era comprar dos vendedores que circulavam pela arena. Mas a benesse tinha um custo mais elevado. Enquanto a cerveja custava R$ 3 no espaço oficial, saía entre R$ 4 e R$ 5 com os ambulantes.
Os banheiros, limpos no início da partida, mostravam sinais de imundície já no intervalo do clássico, com privadas entupidas, lama e até vômito espalhado pelo chão.
A iluminação mostrou deficiência no meio de campo. Os dois telões, de 8,83 m por 6,62 m, um dos diferenciais do estádio, não foram utilizados durante a partidas. Antes do jogo, eles mostraram gols do Fluminense na Copa do Brasil e, no intervalo, cenas da seleção brasileira no Mundial de 2002.
Em um jogo com vitória botafoguense, a torcida do Fluminense também teve motivos para comemorar. Alex Dias foi o autor do primeiro gol do Engenhão, aos 28min do primeiro tempo. O atacante recebeu passe na entrada da área, driblou Júlio César e marcou.
O gol premiou o time mandante, que tomou a iniciativa de atacar no primeiro tempo.
"Fico feliz por ter marcado. É um gol histórico", disse Alex Dias, premiado com o Troféu Didi. A taça homenageia o jogador, autor do primeiro gol do Maracanã, que vestiu a camisa de Fluminense e Botafogo.
Mais consistente no segundo tempo, o líder do Brasileiro virou o jogo com gols de Dodô. O atacante marcou aos 7min, de pênalti, e aos 33min, de cabeça, após cruzamento de Alex.
Pela vitória, o Botafogo recebeu o Troféu João Havelange. O ex-presidente da Fifa não esteve na inauguração do estádio -está na Guatemala, em reunião do Comitê Olímpico Internacional. (ADALBERTO LEISTER FILHO, FABIO GRIJÓ E SÉRGIO RANGEL)


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