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Na estréia, estádio João Havelange revela problemas
Clássico inaugural da arena do Pan tem vitória do Botafogo
sobre o Fluminense, que viu Alex Dias fazer o primeiro gol
Incidente entre as torcidas,
falta de acesso para idosos,
banheiros sujos e trânsito
caótico na região ofuscam
beleza do novo Engenhão
DO ENVIADO AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO
O espaço é novo, a arena impressiona por sua cobertura
que circunda toda a arquibancada, mas ontem a inauguração
do Estádio João Havelange não
esteve isenta de problemas,
apesar da festa dos torcedores.
Uma enorme faixa estendida
no gramado antes do início do
clássico pedia paz. No entanto,
na porta do estádio, houve alguns incidentes de torcida.
Não havia entrada prevista
para idosos. Houve tumulto na
ala sul, próxima à estação de
trem Engenho de Dentro, e a
polícia chegou a utilizar spray
de pimenta para reprimir a
confusão. O grupo só foi liberado para entrar por volta dos 15
minutos do primeiro tempo.
Ainda no primeiro tempo,
cerca de 200 torcedores do Fluminense tentaram forçar a entrada pela ala oeste. Ao encontrar os portões fechados, os
mais exaltados estouraram rojões em direção à entrada.
O trânsito na região ficou
carregado. Pouco antes do início do jogo, havia 1,5 km de congestionamento na Linha Amarela, principal via de acesso da
Barra da Tijuca ao estádio.
Boa parte da torcida foi a pé,
já que a polícia proibiu a circulação de carros nos arredores
do estádio. A principal alternativa para chegar ao jogo era a
estação de trem Engenho de
Dentro, ao lado do estádio.
A rampa que dá acesso direto
da estação para o estádio, porém, ainda não ficou pronta. Alguns operários ainda faziam
serviço de soldagem pouco antes do início do confronto.
As lanchonetes instaladas no
estádio também não deram
conta da demanda do público
-43.810 torcedores, gerando
uma renda de R$ 600 mil de
acordo com a Prefeitura do Rio,
organizadora do evento.
A alternativa era comprar
dos vendedores que circulavam
pela arena. Mas a benesse tinha
um custo mais elevado. Enquanto a cerveja custava R$ 3
no espaço oficial, saía entre R$
4 e R$ 5 com os ambulantes.
Os banheiros, limpos no início da partida, mostravam sinais de imundície já no intervalo do clássico, com privadas entupidas, lama e até vômito espalhado pelo chão.
A iluminação mostrou deficiência no meio de campo. Os
dois telões, de 8,83 m por 6,62
m, um dos diferenciais do estádio, não foram utilizados durante a partidas. Antes do jogo,
eles mostraram gols do Fluminense na Copa do Brasil e, no
intervalo, cenas da seleção brasileira no Mundial de 2002.
Em um jogo com vitória botafoguense, a torcida do Fluminense também teve motivos
para comemorar. Alex Dias foi
o autor do primeiro gol do Engenhão, aos 28min do primeiro
tempo. O atacante recebeu passe na entrada da área, driblou
Júlio César e marcou.
O gol premiou o time mandante, que tomou a iniciativa
de atacar no primeiro tempo.
"Fico feliz por ter marcado. É
um gol histórico", disse Alex
Dias, premiado com o Troféu
Didi. A taça homenageia o jogador, autor do primeiro gol do
Maracanã, que vestiu a camisa
de Fluminense e Botafogo.
Mais consistente no segundo
tempo, o líder do Brasileiro virou o jogo com gols de Dodô. O
atacante marcou aos 7min, de
pênalti, e aos 33min, de cabeça,
após cruzamento de Alex.
Pela vitória, o Botafogo recebeu o Troféu João Havelange.
O ex-presidente da Fifa não esteve na inauguração do estádio
-está na Guatemala, em reunião do Comitê Olímpico Internacional.
(ADALBERTO LEISTER FILHO, FABIO GRIJÓ E SÉRGIO RANGEL)
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