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Polícia não descarta simulação
de assalto por Eurico Miranda
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
A possibilidade de envolvimento
do deputado federal Eurico Miranda (PPR-RJ) no roubo de R$ 75 mil
pertencentes ao Vasco está sendo
investigada pela 9ª Delegacia de
Polícia, Catete (zona sul do Rio).
O delegado-titular da 9ª DP, Jamil Bughi, disse ontem à Folha
que, apesar de considerar remota a
hipótese de Miranda (vice-presidente de futebol do Vasco) ter forjado o assalto, investiga a suspeita.
"É a hipótese mais remota, mas
não está descartada. Não tem nada
impossível no mundo. Temos de
ver a questão sob todos os ângulos", afirmou o delegado.
O assalto a Miranda teria ocorrido na noite de domingo, após a
partida em que o Vasco ganhou do
Flamengo por 1 a 0, no estádio do
Maracanã (zona norte do Rio).
Miranda contou que saiu do estádio com parte do dinheiro a que
o Vasco teve direito na renda do
jogo. Ele calculou a quantia em
cerca de R$ 75 mil.
De acordo com o deputado, o assalto aconteceu em frente ao edifício onde mora, na rua Coelho Neto, em Laranjeiras (zona sul).
Miranda estava acompanhado
por cinco seguranças particulares.
Mesmo assim, quatro ladrões armados com fuzis o teriam assaltado, fugindo com o dinheiro sem
que os seguranças esboçassem
qualquer reação.
Antes de fugirem no Santana
branco placas LJI-9360, os assaltantes teriam disparado três tiros
para o chão e para o alto.
A 9ª DP sabe desde segunda-feira
que o Santana não consta da relação de carros roubados. O Santana
é de Terezinha Moraes, 62, moradora de Copacabana (zona sul).
Apesar de há três dias conhecer a
identidade da dona do carro, só
ontem à tarde o delegado mandou
uma equipe procurá-la.
Terezinha negou estar envolvida
com o roubo, e a polícia crê em sua
inocência. Os ladrões teriam usado
um carro parecido com o de Terezinha, com placas falsas. Ela foi
convocada a prestar depoimento.
O delegado descartou o envolvimento de uma ambulância da clínica Unicor no assalto, conforme
disse o deputado. "A ambulância
estava lá por acaso. Não teve nada
com o assalto", afirmou Bughi.
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