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FUTEBOL
Técnico, que chegou a ser chamado ironicamente de "Vicerni", sofre mais uma derrota numa final de campeonato
Fiasco mantém a sina de vice de Picerni
DA REPORTAGEM LOCAL
Jair Picerni ontem teve um novo encontro com a sina de vice-campeonatos que o persegue em
sua carreira de técnico.
A sua coleção de derrotas em finais, que tinha decisões estaduais
e nacionais, além de uma final
olímpica, ganhou no Pacaembu
uma frustração continental.
Para o treinador, a decepção foi
ainda maior porque ele foi expulso de campo aos 42min de jogo,
por defender o lateral Russo após
o entrevero que o atleta teve com
o paraguaio Cáceres.
Picerni discutiu com meio time
do Olimpia e, por fim, com o árbitro colombiano, que acabou por
expulsá-lo de campo.
Após relutar em sair -"o paraguaio agrediu, e eu que sou expulso", reclamou ao deixar o gramado- assistiu ao final da primeira
etapa na boca do túnel do vestiário. No intervalo, instruiu sua
equipe e, para o segundo tempo,
se posicionou no túnel outra vez.
De lá, orientou seus jogadores,
que acabaram deixando o rival virar o jogo na fase final.
Ainda no vestiário de Assunção,
após a vitória na primeira final sobre Olimpia, ele se mostrava precavido quando perguntado sobre
o "Projeto Yokohama", alusão ao
jogo contra o Real Madrid no
Mundial interclubes no estádio
em que o Brasil se sagrou pentacampeão. "Para mim, existe o
"Projeto Pacaembu". O objetivo é
ganhar lá primeiro", afirmou.
Mas nada disso aconteceu. E veio
novo vice em sua carreira.
Uma carreira de treinador que
começou em 1981, logo após se
aposentar como lateral-direito
ponte-pretano, com dois vice-campeonatos estaduais (1977 e
1979). Logo na primeira temporada no comando, fez o time campineiro chegar a nova decisão paulista, mas acabou perdendo para o
título para o São Paulo.
Sua carreira ascendente o elevou para a seleção olímpica e para
um novo vice. Isso aconteceu em
Los Angeles-1984, quando o Brasil ficou com a medalha prata e
deixou o ouro para a França.
Na volta ao Brasil, liderou o Corinthians, segundo colocado no
Paulista-84 após perder a final para o Santos de Serginho.
No ano seguinte, ele assumiu a
Lusa e levou a equipe para a decisão estadual, mas acabou perdendo para o São Paulo.
Depois disso, perambulou pelo
futebol do interior paulista, de
Portugal e também do Nordeste.
Até que na virada de 1999 para
2000 assumiu o jovem time do
São Caetano, então na segunda
divisão do Estado.
No primeiro semestre, ganhou
o título da segundona e levou o time para a elite paulista.
Mas o feito viria no segundo semestre, com a campanha na Copa
João Havelange, o campeonato
nacional daquele ano.
Chegou à final, mas não pôde
superar o Vasco da Gama.
Em 2001, novamente aportou
na decisão do Brasileiro para novamente cair, desta vez diante do
Atlético-PR. Ontem a sina se repetiu, o que o deixou muito irritado, já que durante a semana vinha
batendo boca com um radialista
que teimava em chamá-lo de ""Vicerni", em alusão à série de vice-campeonatos que marcam sua
carreira.
(EDUARDO ARRUDA, RICARDO PERRONE e RODRIGO BERTOLOTTO)
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