São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

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FUTEBOL

Entidade deixa prédio próprio no centro do Rio para se isolar num complexo comercial de luxo na Barra da Tijuca

CBF aluga "bunker" e se afasta do torcedor

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

A CBF vai trocar neste mês a exposição na região central do Rio de Janeiro por uma "fortaleza" isolada na Barra da Tijuca, que fica na zona oeste da cidade.
A entidade vai abandonar a antiga sede, palco de inúmeros protestos de torcedores, para se instalar em um complexo comercial de luxo perto do autódromo de Jacarepaguá, a 35 km do centro.
A última grande manifestação em frente ao prédio da CBF foi em maio, às vésperas da convocação final à Copa do Mundo. Na ocasião, o técnico Luiz Felipe Scolari quase foi agredido por torcedores favoráveis à convocação de Romário, quando deixava o prédio.
Devido à reação popular, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, teria deixado de frequentar o prédio da rua da Alfândega neste ano. Desde a fase final das duas CPIs que investigaram o futebol brasileiro, o dirigente temeria ser vaiado em frente à confederação. Teixeira foi acusado nas CPIs de apropriação indébita, evasão de divisas e sonegação fiscal.
""Podemos garantir segurança e privacidade a todos os diretores da CBF. A reação dos torcedores não será problema. Isso não tem como acontecer aqui", disse Alexandre Couto, gerente de operações do complexo comercial.
A nova sede da CBF terá um forte esquema de segurança, que inclui agentes motorizados, dezenas de câmeras de alta definição e até um sistema de monitoramento via satélite dos principais dirigentes. A administração do condomínio também prevê a utilização de um helicóptero nos próximos meses com o objetivo de reforçar o sistema de segurança.
O presidente da CBF poderá entrar e sair do prédio sem utilizar a entrada principal. ""Estamos providenciando um esquema especial para as pessoas mais importantes chegarem e deixarem o centro comercial sem serem vistas", afirmou Couto.
O condomínio ainda está em construção. No total, funcionarão 29 prédios comerciais, incluindo um hotel de luxo e um shopping center. Apenas três edifícios estão prontos até agora.
""Nossa intenção é dar todo o conforto para os executivos das empresas passarem um dia agradável e conseguirem resolver os seus problemas", disse o gerente.
Com a saída do prédio do centro, que é próprio, a CBF pagará um aluguel de R$ 85 mil mensais para ocupar o quinto andar do edifício cinco do complexo.
O presidente interino da entidade, José Sebastião Bastos, disse que a mudança foi aconselhada pela Fundação Getúlio Vargas, que está reestruturando a administração da confederação.



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