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FUTEBOL
Entidade deixa prédio próprio no centro do Rio para se isolar num complexo comercial de luxo na Barra da Tijuca
CBF aluga "bunker" e se afasta do torcedor
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
A CBF vai trocar neste mês a exposição na região central do Rio
de Janeiro por uma "fortaleza"
isolada na Barra da Tijuca, que fica na zona oeste da cidade.
A entidade vai abandonar a antiga sede, palco de inúmeros protestos de torcedores, para se instalar em um complexo comercial de
luxo perto do autódromo de Jacarepaguá, a 35 km do centro.
A última grande manifestação
em frente ao prédio da CBF foi em
maio, às vésperas da convocação
final à Copa do Mundo. Na ocasião, o técnico Luiz Felipe Scolari
quase foi agredido por torcedores
favoráveis à convocação de Romário, quando deixava o prédio.
Devido à reação popular, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira,
teria deixado de frequentar o prédio da rua da Alfândega neste
ano. Desde a fase final das duas
CPIs que investigaram o futebol
brasileiro, o dirigente temeria ser
vaiado em frente à confederação.
Teixeira foi acusado nas CPIs de
apropriação indébita, evasão de
divisas e sonegação fiscal.
""Podemos garantir segurança e
privacidade a todos os diretores
da CBF. A reação dos torcedores
não será problema. Isso não tem
como acontecer aqui", disse Alexandre Couto, gerente de operações do complexo comercial.
A nova sede da CBF terá um forte esquema de segurança, que inclui agentes motorizados, dezenas
de câmeras de alta definição e até
um sistema de monitoramento
via satélite dos principais dirigentes. A administração do condomínio também prevê a utilização de
um helicóptero nos próximos
meses com o objetivo de reforçar
o sistema de segurança.
O presidente da CBF poderá entrar e sair do prédio sem utilizar a
entrada principal. ""Estamos providenciando um esquema especial para as pessoas mais importantes chegarem e deixarem o
centro comercial sem serem vistas", afirmou Couto.
O condomínio ainda está em
construção. No total, funcionarão
29 prédios comerciais, incluindo
um hotel de luxo e um shopping
center. Apenas três edifícios estão
prontos até agora.
""Nossa intenção é dar todo o
conforto para os executivos das
empresas passarem um dia agradável e conseguirem resolver os
seus problemas", disse o gerente.
Com a saída do prédio do centro, que é próprio, a CBF pagará
um aluguel de R$ 85 mil mensais
para ocupar o quinto andar do
edifício cinco do complexo.
O presidente interino da entidade, José Sebastião Bastos, disse
que a mudança foi aconselhada
pela Fundação Getúlio Vargas,
que está reestruturando a administração da confederação.
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