São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2004

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VÔLEI

Após fazer testes olímpicos, seleção prioriza torneio pela primeira vez e tenta voltar ao topo do pódio após seis anos

Brasil esquece Atenas e busca tetra do GP

Adriana Sapone/AP
Fernanda Venturini faz jogada rápida pelo meio com Valeskinha, que superou o bloqueio dos EUA


DA REPORTAGEM LOCAL

O Grand Prix deixa de ser laboratório para a seleção feminina. Após passar toda a competição fazendo testes olímpicos, José Roberto Guimarães arma hoje sua equipe para tentar quebrar um jejum que se arrasta por seis anos.
O Brasil conquistou os títulos de 94, 96 e 98, mas, desde 99, não chegava sequer à final. Hoje, busca o tetra contra a Itália, às 15h.
O primeiro jejum no GP foi quebrado ontem no mais difícil e emocionante jogo do time até agora. A seleção precisou de uma hora e 59 minutos para derrotar as norte-americanas, por 3 a 2 (25/18, 19/25, 25/23, 21/25 e 19/17).
A partida foi equilibrada e levou a melhor nas quatro primeiras parciais quem errou menos.
Depois de um primeiro set ruim -no total, os EUA cederam 32 pontos contra 23 das brasileiras-, as norte-americanas se acertaram em quadra e deram um show na defesa, principalmente com a líbero Stacy Sykora.
A equipe compensou os erros com ótimas atuações no bloqueio (14 pontos a 9) e no saque (5 a 2). As três maiores pontuadoras do jogo foram dos EUA, Haneef Tayyiba, Ogonna Nnamani e Logan Tom, com 21 pontos cada uma.
Na seleção brasileira, os destaques foram a meio-de-rede Valeskinha e a ponta Virna, que anotaram os mesmos 15 pontos.
O Brasil teve a chance de fechar o confronto já no quarto set. Mas quando o placar anotava 20 a 20, o time parou e permitiu que os EUA marcassem 25 a 21.
Depois de quatro sets equilibrados, a decisão foi para o tie-break. A equipe de Zé Roberto dominou até um erro da arbitragem, que não marcou o toque do bloqueio em um ataque de Virna.
A equipe perdeu a concentração e viu os EUA reagirem e ficarem a um ponto da final: 14 a 13.
O placar seguiu parelho até o ace de Sassá, que saira do banco, e fez 18 a 17. Mais confiante, as brasileiras só precisaram de calma para fechar e assegurar a vaga.
Zé Roberto deixou a quadra satisfeito com a postura de sua equipe. Ele considerava os EUA o adversário ideal para a semifinal. Como não havia enfrentado a equipe nesta temporada, queria ver a resposta brasileira.
Estava pensando na Olimpíada, como fez durante todo o GP ao estabelecer um rodízio entre as jogadoras. Leila e Carol só foram cortadas às vésperas da fase final.
"Gostei da coragem do time, principalmente no tie-break. Isso é muito importante e faz a diferença", afirmou o técnico, que completou 50 anos ontem.
"Mas ainda não está legal. Foi nossa melhor apresentação em alguns momentos, mas tivemos muitos altos e baixos e desperdiçamos contra-ataques", afirmou.
Zé Roberto ficou ontem no ginásio em Reggio Calabria, na Itália. Queria assistir ao jogo entre Cuba e as donas da casa para analisar as equipes. Desta vez, não estava pensando nos Jogos.
"Já que chegamos até aqui, vamos em busca do título", disse.


NA TV - Sportv, ao vivo, a partir das 15h


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