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Sete atletas russas são suspensas por doping
Federação de atletismo afasta dos Jogos cinco candidatas do país a medalhas
Investigação identifica DNAs diferentes em exames antidoping e causa revolta em meio-fundista punida e no comitê olímpico russo
ADALBERTO LEISTER FILHO
EDUARDO OHATA
ENVIADOS ESPECIAIS A PEQUIM
A uma semana do começo da
Olimpíada e diante da perspectiva de recorde de flagrados, o
atletismo da Rússia foi sacudido por um escândalo. Sete das
principais atletas do país, uma
das potências da modalidade,
foram suspensas preventivamente e estão fora dos Jogos
Olímpicos de Pequim.
Ontem, a Iaaf (Associação Internacional das Federações de
Atletismo) divulgou a punição
às meio-fundistas Svetlana
Cherkasova, Yulia Fomenko,
Yelena Soboleva, Tatyana Tomashova e Olga Yegorova, além
das arremessadoras Darya
Pishchlnikova (disco) e Gulfiya
Khanafeyeva (martelo).
Pelo nível das atingidas, o caso tem o mesmo patamar do escândalo do laboratório Balco,
em 2003, que resultou na punição de vários atletas de elite
norte-americanos após investigação comprovar que houve o
recurso ao uso de doping.
A Iaaf já conduzia as investigações na Rússia havia mais de
um ano. As suspeitas tiveram
início após desempenho extraordinário das russas no
Campeonato Europeu de Gotemburgo, em 2006.
Na ocasião, o país liderou o
quadro de medalhas com 12 ouros, 11 deles conquistados pelas
mulheres. Das punidas ontem,
três -Pishchalnikova, Tomashova (ouro) e Khanafeyeva
(prata)- subiram ao pódio.
Diretamente atingido com o
fracasso de suas meio-fundistas, José Maria Odriozola, presidente da federação espanhola
e membro da cúpula da Iaaf, pediu uma investigação.
Ontem, os resultados dos trabalhos finalmente apareceram.
A Iaaf promoveu uma investigação de amostras colhidas e
comprovou que os DNAs não
batiam, indicando irregularidade no processo de coleta.
Para enganar testes, atletas
podem levar urina de terceiros
escondidos dentro de suas vaginas -preservativos seriam usados para levar o líquido.
A atitude viola dois itens do
Código Mundial Antidoping:
uso de método proibido e tentativa de fraudar o controle.
As punidas retiram da Rússia, terceira colocada no quadro
de medalhas em Atenas-2004
(atrás de EUA e China), o protagonismo em algumas provas
da Olimpíada da China.
Soboleva foi vice-campeã
mundial outdoor em 2007 e
campeã mundial indoor neste
ano nos 1.500 m. Suspensa, deve perder os títulos. Na mesma
prova, Tomashova ganhou a
prata em Atenas-04 e é bicampeã mundial (2003 e 2005).
Yegorova, que atualmente
corre os 1.500 m, conseguiu seu
principal triunfo nos 5.000 m,
em 2001, quando conquistou o
título mundial em Edmonton.
Khanafeyeva é ex-recordista
mundial do lançamento do
martelo. Pishchalnikova, por
sua vez, ficou em segundo lugar
no lançamento do disco no
Mundial de Osaka-07.
Uma das corredoras russas e
alguns dos dirigentes do esporte no país insinuaram que houve implicações políticas na suspensão por doping. "É uma
ação premeditada. O momento
foi cuidadosamente escolhido.
Nós praticamente não podemos fazer nada, uma apelação",
disse Soboleva. "Por que a divulgação tão perto dos Jogos?
Não poderiam ter discutido conosco esse assunto antes?", disse o responsável pelo antidoping no Comitê Olímpico Russo, Nikolay Durmanov.
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