|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pronto
Vettel, 23, pole pela 7ª vez no ano, diz estar preparado para ser campeão da F-1 e ser difícil entender ordem da Ferrari a Felipe Massa
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A BUDAPESTE
"Tudo certinho", dispara o
alemão Sebastian Vettel, em
português mesmo, ao receber a Folha no motorhome
da equipe Red Bull, na Hungria, na última quinta-feira.
Para o alemão, 23 anos recém-completados, que ontem cravou sua quarta pole
seguida, a sétima no ano,
sim, tudo está certinho.
Em sua terceira temporada
na F-1, já é visto como o próximo grande campeão. Não
por acaso, já que desde muito cedo é moldado para isso.
Mas do adolescente rebelde não sobrou quase nada, a
não ser o bom humor.
Maduro, fluente em vários
idiomas -de português só
sabe a expressão "tudo certinho" e alguns palavrões-,
carismático, veloz e em uma
equipe de ponta, Vettel só fica sério quando é questionado se está preparado para assumir a responsabilidade de,
tão jovem, transformar-se no
próximo grande nome da F-1.
"Sim", responde, sem hesitar. Depois de alguns segundos, olhos azuis arregalados, repete. "Sim, estou
pronto." Mas não se aguenta.
E termina a entrevista com
uma sonora gargalhada.
Folha - Quem é Sebastian Vettel?
SEBASTIAN VETTEL - Eu
[risos]. Acho que ninguém
gosta de falar de si mesmo.
Eu sou quem eu sou, tenho 23
anos, sou alemão e piloto da
Red Bull na F-1.
Você estabelece metas, como
tornar-se o mais jovem campeão da F-1?
Sim, eu tenho meus objetivos. Estou pronto para fazer
tudo que puder para atingi-
-los. Não especifiquei uma
idade, mas quero ser campeão do mundo e vencer corridas. Se isso acontecer antes
dos 24 anos, ótimo, senão
quero ter certeza de que isso
aconteça em algum momento. Esse é o objetivo.
Por que não tem empresário?
Não preciso de alguém segurando minha mão. Acho
que tudo depende de onde
você veio, de como cresceu.
Se olhar minha história, posso dizer que tive sorte de ter
as pessoas certas me ajudando. Empresário não é só alguém que fica com uma porcentagem do seu salário, para mim ele tem de cuidar de
você, falar nas horas boas e
ruins. Por várias razões nunca encontrei essa pessoa.
Mas nunca precisei correr
atrás de dinheiro para chegar
onde cheguei. Tive sorte de
encontrar gente como a
BMW e a Red Bull, que me
ajudaram e me educaram.
Você teve grandes ídolos
quando era criança?
Não tão grandes. O Michael [Schumacher] era meu
ídolo, mas ele não é muito
grande, tem só 1,75 m [risos].
Você se identifica com o estilo de algum campeão do passado?
Talvez você acabe indo
mais para um lado mais sério, como o Michael, ou mais
divertido, como o James
Hunt. Eu tenho um objetivo
claro e estou pronto para batalhar por isso. Não sou o tipo
de cara que vai para baladas.
Acredito em trabalho duro, e
no fim, quem vencer a corrida ou o campeonato merece
ganhar. Tá, talvez seja um
mau momento para dizer isso após o que ocorreu no último domingo. Como esportista creio num esporte justo e
quero derrotar os outros.
Se estivesse na situação do
Felipe Massa, cederia sua posição?
Não quero falar muito sobre isso, mas acho que o que
aconteceu não é incomum,
mas... [pausa] depende do
ponto de vista. Se olhar pelo
ponto de vista da equipe [longa pausa], se fizer isso a duas
ou três corridas para o fim do
campeonato, tudo bem. É ordem, mas acho que todos vão
entender. Mas tão cedo na
temporada é difícil entender.
Texto Anterior: Paulo Vinicius Coelho: O ídolo é o título Próximo Texto: Brasileiro põe em dúvida vitória hoje Índice
|