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FUTEBOL
Adalberto dos Santos recorrerá da decisão da Justiça, que o responsabilizou pela morte de Márcio Gasparin
Torcedor é condenado a 12 anos de prisão
da Reportagem Local
O torcedor palmeirense Adalberto Benedito dos Santos, 23, foi
condenado ontem a 12 anos de
prisão pela morte do são-paulino
Márcio Gasparin da Silva, em 95.
Gasparin foi morto numa briga
de torcidas após uma partida entre
São Paulo e Palmeiras, no Pacaembu (leia texto abaixo).
O advogado de defesa, Laerte
Torrens, disse que vai recorrer da
decisão, tomada após um julgamento que durou dois dias, no 1º
Tribunal do Júri, em São Paulo.
Ele disse acreditar que daqui a
cerca de oito meses o caso será novamente julgado, desta vez pelo
Tribunal de Justiça.
Segundo a sentença, lida pelo
juiz Cássio Barbosa, Santos terá de
cumprir a pena "inicialmente em
regime fechado".
A decisão se baseou no argumento de que Santos, ao atingir o
são-paulino, assumiu o risco de
provocar sua morte.
Foram considerados agravantes
a "crueldade" com que foi morto
Gasparin e a falta de condição de
defesa da vítima.
Não foi aceito o pedido de 15
anos de prisão, feito pela promotoria. Como atenuantes à pena,
pesaram o fato de o palmeirense
ser réu primário, com bons antecedentes, além de estar em meio a
um conflito generalizado.
Também foi levado em conta
que Santos tinha menos de 21 anos
na época da briga.
"O resultado atende ao anseio
da sociedade", disse a promotora
Eloisa de Sousa Damasceno.
A decisão mais polêmica do júri,
formado por sete pessoas, teria sido na hora de decidir se Santos assumiu o risco de matar Gasparin
ao atingi-lo com um pedaço de
pau, independentemente de ter sido esse seu objetivo ou não.
O advogado de defesa, Laerte
Torrens, disse que o placar de 4 a 3
contra Adalberto, nesse quesito,
"não é suficiente para convencer
ninguém". "Essa decisão foi atípica. Vou apelar", afirmou.
De qualquer forma, segundo ele,
Santos, que está preso há quase
três anos, poderá pedir liberdade
condicional ao cumprir quatro
anos de prisão (um terço da pena).
Torrens disse que a decisão "foi
contra os laudos", que, segundo
ele, não apontariam com segurança que os golpes de Santos causaram a morte de Gasparin.
Benedita Pinheiro, tia de Santos,
considerou o resultado do julgamento "injusto". "Ele está sendo
o bode expiatório", afirmou.
Imagens feitas pela televisão
mostram que outros torcedores
também atingiram Gasparin, mas
a polícia conseguiu identificar
apenas Adalberto dos Santos.
Segundo Pinheiro, o confronto
de torcedores no último domingo,
após o jogo entre Palmeiras e São
Paulo, pode ter pesado na decisão.
Os pais de Gasparin não foram
ao tribunal devido a problemas de
saúde com a irmã do torcedor,
Shayene, 4, com leucemia.
Gianir Gasparin, tia do são-paulino, disse que "foi feita justiça".
Segundo ela, a decisão "vai repercutir e servir de exemplo para que
isso não aconteça mais".
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