São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2000

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MARKETING
Entidade usa placas de seus patrocinadores no local de preparação
COB clona estratégia do futebol

EDGARD ALVES
ROBERTO DIAS
ENVIADOS ESPECIAIS A CANBERRA

O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) pôs em ação, em Canberra, uma estratégia de marketing copiada da seleção de futebol.
A entidade espalhou, ontem, placas de seus patrocinadores pelos locais onde a equipe nacional treina no AIS (Instituto Australiano de Esportes).
"Nós vimos a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) fazendo isso na Copa do Mundo. Foi aí que tivemos a idéia", disse Christine Mendes, da LG Ventura, empresa de marketing do COB.
A idéia é aproveitar o estágio para explorar, pela última vez, a imagem de seus parceiros.
Na Olimpíada, é proibida a publicidade nos locais de competição. As logomarcas das empresas só aparecerão em locais controlados pelo COB, como entrevistas coletivas de seus atletas, e não serão estampadas enquanto os esportistas estiverem em ação.
Somente com os três patrocinadores principais, o comitê arrecadou R$ 4,5 milhões.
Apesar disso, a maior fonte ainda é o governo federal, que também tem algumas placas. Só neste ano, o Ministério do Esporte destinou ao comitê R$ 10,5 milhões.
Com a preparação da equipe brasileira concentrada em Canberra, o COB tem uma oportunidade de marketing única.
"Foi a chance de aproveitar o estágio aqui o que mais valeu na hora de os patrocinadores assinarem", disse Mendes.
No passado, com cada esporte fazendo sua preparação em um lugar, era muito mais difícil um plano de marketing conjunto.
Nem tudo, porém, ocorreu da forma como o COB imaginava.
Para aproveitar ao máximo o "último suspiro de marketing", o comitê queria as placas em Canberra antes mesmo da chegada dos primeiros atletas.
Mas a chegada do material, prevista para o dia 20 de agosto, só ocorreu ontem, com 11 dias (australianos, com fuso de 14 horas à frente do Brasil) de atraso.
As 42 placas, semelhantes às utilizadas em estádios de futebol (4 m x 0,70 m e 3,5 m x 1 m), foram retidas na alfândega em Sydney.
Problemas à parte, o projeto servirá de modelo até para o AIS.
O instituto informou que é a primeira vez que assina um acordo em que um comitê traz seus próprios patrocinadores.
Deve voltar a repetir a fórmula -sua vantagem é poder subir o preço do aluguel, que, para o Brasil, foi de US$ 600 mil.


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