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FUTEBOL
Em reunião no Rio, presidente da CBF dispensa o treinador; Candinho deve dirigir time contra a Venezuela
Teixeira demite Luxemburgo da seleção
DA SUCURSAL DO RIO
E DA REPORTAGEM LOCAL
Wanderley Luxemburgo não é
mais o técnico da seleção. A demissão foi acertada ontem à tarde
em uma reunião entre o treinador, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, e Marco Antônio
Teixeira, tio do dirigente e secretário-geral da entidade.
Ricardo Teixeira, que chegou
ontem dos Estados Unidos, disse
ao técnico que a pressão para sua
saída era grande e que não havia
como não demiti-lo.
O próprio Luxemburgo, segundo seu assessor, Rodrigo Paiva,
admitiu a Teixeira que sua situação era complicada, que não havia clima para sua permanência e
que as pressões que vinha sofrendo poderiam afetar o rendimento
da seleção brasileira.
A reunião entre os dirigentes e
Luxemburgo aconteceu ontem à
tarde, no Itanhangá Golf Club, em
São Conrado, na zona sul do Rio
de Janeiro, local no qual o presidente da CBF é sócio.
Em princípio, a reunião estava
marcada para hoje, mas acabou
sendo antecipada.
Além das denúncias que assolaram sua vida pessoal - o técnico
foi acusado de sonegação fiscal,
adulteração de documentos e de
participação financeira na venda
de jogadores-, Luxemburgo vive péssima fase como treinador e
perdeu a confiança de Teixeira.
Após o vexame da seleção masculina na Olimpíada de Sydney,
sua situação ficou insustentável.
O time brasileiro, que lutava pela inédita medalha de ouro, foi eliminado por Camarões nas quartas-de-final da competição de
maneira vexatória. Os africanos,
com dois jogadores a menos, venceram na "morte súbita".
A seleção olímpica era o último
trunfo de Luxemburgo, que vinha
realizando campanha sofrível
também nas eliminatórias para a
Copa do Mundo de 2002.
Em quarto lugar, a seleção brasileira perdeu, pela primeira vez
na história do qualificatório, duas
partidas - foi batido pelo Chile,
por 3 a 0, em Santiago, e pelo Paraguai, por 2 a 1, em Assunção.
Teixeira anunciará oficialmente
sua decisão amanhã, em entrevista coletiva na sede da CBF.
O presidente da entidade não
deve anunciar o nome do novo
treinador amanhã.
Para o jogo do próximo domingo, contra a Venezuela, pelas eliminatórias da Copa de 2002, o auxiliar técnico Candinho deve assumir interinamente (leia texto
nesta página).
Os mais cotados para suceder
Luxemburgo no cargo continuam
sendo Carlos Alberto Parreira
(Atlético-MG) e Luiz Felipe Scolari (Cruzeiro). Outro nome que
aparece entre os cotados é o do
são-paulino Levir Culpi.
Os três técnicos dizem não terem sido contatados, até o momento, por dirigentes da CBF.
Scolari e Parreira têm dito publicamente que preferem seguir
em seus clubes - o tetracampeão
mundial descartou sua volta alegando não ter "espírito" para
aguentar a pressão.
A amigos, no entanto, os dois
técnicos afirmam que aceitariam
o convite caso sejam lembrados.
Não está descartada a possibilidade de ambos assumirem a seleção. Parreira ficaria com o cargo
de supervisor, enquanto Scolari
seria o técnico dentro de campo.
Ontem o presidente do Cruzeiro, o deputado federal Zezé Perrela (PFL), disse que Scolari só dirigirá a seleção "se conciliar as coisas" e continuar no clube mineiro.
Perrela afirmou que Scolari ainda não foi convidado para dirigir
a seleção e que obteve do técnico
gaúcho a garantia de que ele não
aceitaria nenhuma proposta que
o impedisse de continuar trabalhando em Belo Horizonte.
"Pode escrever aí, o Scolari tem
ainda 27 meses de contrato com o
Cruzeiro e vai cumprir isso. Ele
não dirige a seleção se isso o impedir de dirigir o Cruzeiro. Ele pode até ir para a seleção, mas vai ficar aqui e lá", disse o dirigente.
Colaborou a Agência Folha, em
Belo Horizonte
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