São Paulo, segunda-feira, 01 de outubro de 2001

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AUTOMOBILISMO

Pela primeira vez na temporada, motor Ferrari falha e faz o brasileiro abandonar o GP dos EUA da F-1

Quebra no final tira vitória de Barrichello

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A INDIANÁPOLIS

O motor "inquebrável" da Ferrari quebrou ontem em Indianápolis. E tirou de Rubens Barrichello uma de suas melhores chances de vitória neste Mundial.
O primeiro lugar no GP dos EUA ficou com Mika Hakkinen, da McLaren. O ferrarista Michael Schumacher foi o segundo colocado, seguido por David Coulthard, companheiro do finlandês.
Barrichello abandonou a duas voltas do final. Para ele, restou o consolo de ter liderado boa parte da prova e a impressão de ter "mostrado ao mundo" o que pode fazer, como ele declarou.
O motivo do seu abandono foi inédito nesta temporada: quebra do motor Ferrari. Os problemas começaram na 68ª das 73 voltas.
Àquela altura da prova, Barrichello era o segundo colocado, pressionava Hakkinen e tinha tudo para tentar a ultrapassagem.
"Estava apertando o ritmo, mas as coisas começaram a falhar. O pessoal dos boxes não tinha como me ajudar, era um problema interno do motor", disse o piloto, muito abatido com o resultado.
"Foi uma pena. Sinto um vazio muito grande. Achei que hoje [ontem" eu levaria o Eduardinho para o pódio", completou, referindo-se ao seu primeiro filho, que nasceu na semana passada.
Ainda ontem à noite, Barrichello viajaria para São Paulo, onde ficará com a família até o embarque para o GP do Japão, última etapa do Mundial, no dia 14.
O GP americano foi a segunda corrida consecutiva em que o brasileiro teve chances reais de vitória. Na Itália, há duas semanas, sua corrida caiu por terra depois de um problema no pit stop.
"Estou muito desapontado com o problema do Rubens, que fez uma grande corrida. Foi nossa primeira quebra neste ano", afirmou Jean Todt, diretor esportivo ferrarista. Antes do problema de ontem, a última falha de um motor Ferrari ocorreu no GP da França de 2000, há um ano e três meses, com Schumacher.
Beneficiado pelo abandono do brasileiro, Hakkinen completou as últimas voltas com tranquilidade e garantiu sua 20ª vitória na F-1. Com o terceiro lugar de Coulthard, a McLaren garantiu o vice-campeonato do Mundial de Construtores, relegando a Williams ao terceiro lugar no ano.
"Foi um dos meus pontos altos no campeonato. Não sei o que dizer, para ser sincero, principalmente depois de tudo o que aconteceu pela manhã", declarou Hakkinen, chorando. O GP dos EUA foi a penúltima prova do finlandês antes da anunciada pausa que ele fará em 2002.
Segundo colocado no treino de sábado, Hakkinen foi punido ontem por ter desrespeitado uma sinalização no warm-up. Acabou sendo rebaixado para quarto no grid. "Precisei acelerar muito", disse o bicampeão, que deu seu grande passo para a vitória entre a 39ª e a 45ª voltas da corrida.
Essas seis voltas foram o intervalo entre os pit stops de Schumacher e de Hakkinen, que acelerou o suficiente para poder voltar à pista à frente do alemão.
Mesmo na segunda colocação, Schumacher garantiu mais um recorde para sua coleção: chegou aos 113 pontos, batendo o recorde de pontuação de um piloto em uma só temporada. A marca anterior, 108, havia sido alcançada por ele mesmo, em 2000, e por Nigel Mansell, em 1992.


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