Alemanha faz brasileiras acordarem

Anja Niedringhaus/Associated Press

Jogadoras da Alemanha levantam troféu na comemoração da conquista do Mundial da China

Sem sabor de "injustiça", como em Atenas-04, time nacional pede apoio; Marta afirma que, sem mudanças, derrotas podem se repetir

DA REPORTAGEM LOCAL

Não foi como na final da Olimpíada de Atenas, quando ficou um gosto de injustiça pela derrota para as americanas, e o futuro parecia promissor.
Ontem, ao perder a final do Mundial da China para a Alemanha, por 2 a 0, a seleção brasileira feminina de futebol, que nunca antes havia chegado tão longe na competição, pareceu distante do nível das rivais, agora bicampeãs mundiais.
No lugar da esperança de dias melhores, como aconteceu há três anos na Grécia, cobranças explícitas -isso dois dias depois de a CBF anunciar que irá organizar uma Copa do Brasil para mulheres.
Após a partida, em um cartaz improvisado, as jogadoras pediam apoio de forma direta. Estrela maior, Marta, que perdeu um pênalti, foi enfática.
"Nós vamos perder de novo se não lutarmos para melhorar o nível da administração do futebol feminino. Nós não podemos ficar de novo só nas promessas, como aconteceu na Olimpíada", afirmou a atacante, eleita a melhor da Copa.
Em campo, o Brasil foi até melhor em parte do primeiro tempo, mas, principalmente fisicamente e taticamente, a Alemanha foi superior. O país tem a melhor liga feminina do mundo e um forte investimento da federação na modalidade.
O resultado do jogo foi o mesmo da única vez em que os dois países decidiram um Mundial masculino, em confronto que também aconteceu na Ásia (Japão). Só que naquela oportunidade quem ganhou foi o Brasil, com as mesmas meias azuis usadas ontem pelas mulheres.
E a supremacia da Alemanha tem tudo para aumentar -o país europeu é o favorito para sediar a próxima Copa do Mundo feminina, em 2011.
Antes da final, os EUA golearam a Noruega por 4 a 1 e ficaram com o terceiro lugar.