São Paulo, quinta-feira, 01 de outubro de 2009

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Atacado, Morumbi adota tom diplomático

Dirigentes evitam atritos após críticas de Blatter

EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O comitê paulista da Copa de 2014 adotou discurso diplomático depois de o presidente da Fifa, Joseph Blatter, ter dito em visita ao Rio que o Morumbi não teria condições, hoje, de recepcionar o jogo de abertura e tampouco uma semifinal.
A nova atitude contrasta com manifestações passadas. Quando Jérôme Valcke, secretário- -geral da Fifa, criticou o Morumbi, foi acusado por dirigentes do comitê de estar envolvido com empreiteiras.
Durante evento de apresentação do comitê paulista, ontem, o presidente da São Paulo Turismo, Caio de Carvalho, deu razão à preocupação da Fifa.
"A Fifa tem o direito de exigir [condições para quem queira receber a partida de abertura]. Trata-se do cartão de visita do Mundial, por isso a Fifa quer o melhor", definiu Carvalho.
O presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, preocupou- -se com a impressão de que o evento de ontem parecesse uma resposta à crítica de Blatter, segundo a Folha apurou. Mas se tranquilizou ao saber que os convites foram feitos na semana passada, antes de Blatter desembarcar no país.
"Com ou sem abertura da Copa, o compromisso do São Paulo é o de que as obras irão acontecer", disse Adalberto Baptista, diretor de marketing são-paulino, ao reconhecer a chance de a primeira partida do Mundial ser em outro local.
"Até porque não daria para ficar esperando até 2011, quando será definido onde a abertura ocorrerá, para só então tomar decisões quanto à reforma do Morumbi", complementou.
O corpo técnico do projeto acompanhou o discurso conciliador dos dirigentes, ao defender diálogo regular com a Fifa. "O processo de atender às exigências da Fifa não é estático, é dinâmico", falou Ralf Amann, arquiteto da firma alemã GMP, responsável pelo projeto do Morumbi e por estádios na Alemanha-06 e África do Sul-10.
"O processo é de ida e volta. Na África, ainda há exigências, a menos de um ano da Copa."
Por fim, Carvalho comparou a situação atual com a anterior do estádio na discussão da Copa. ""No começo, São Paulo e o Morumbi estavam vetados. Mudou. Agora a gente tem que se adaptar. Melhorou, e tem muita coisa por acontecer."
O comitê paulista mostrou ontem à imprensa um projeto com respostas à maioria das exigências da Fifa, com centro de imprensa, área para convidados, novos vestiários e acessos ao gramado. Por ser antigo, o Morumbi foi comparado, por diversas vezes durante o evento, ao estádio de Berlim, usado na Copa do Mundo de 2006.



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