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Atacado, Morumbi adota tom diplomático
Dirigentes evitam atritos após críticas de Blatter
EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O comitê paulista da Copa de
2014 adotou discurso diplomático depois de o presidente da
Fifa, Joseph Blatter, ter dito em
visita ao Rio que o Morumbi
não teria condições, hoje, de recepcionar o jogo de abertura e
tampouco uma semifinal.
A nova atitude contrasta com
manifestações passadas. Quando Jérôme Valcke, secretário-
-geral da Fifa, criticou o Morumbi, foi acusado por dirigentes do comitê de estar envolvido com empreiteiras.
Durante evento de apresentação do comitê paulista, ontem, o presidente da São Paulo
Turismo, Caio de Carvalho, deu
razão à preocupação da Fifa.
"A Fifa tem o direito de exigir
[condições para quem queira
receber a partida de abertura].
Trata-se do cartão de visita do
Mundial, por isso a Fifa quer o
melhor", definiu Carvalho.
O presidente do São Paulo,
Juvenal Juvêncio, preocupou-
-se com a impressão de que o
evento de ontem parecesse
uma resposta à crítica de Blatter, segundo a Folha apurou.
Mas se tranquilizou ao saber
que os convites foram feitos na
semana passada, antes de Blatter desembarcar no país.
"Com ou sem abertura da
Copa, o compromisso do São
Paulo é o de que as obras irão
acontecer", disse Adalberto
Baptista, diretor de marketing
são-paulino, ao reconhecer a
chance de a primeira partida
do Mundial ser em outro local.
"Até porque não daria para
ficar esperando até 2011, quando será definido onde a abertura ocorrerá, para só então tomar decisões quanto à reforma
do Morumbi", complementou.
O corpo técnico do projeto
acompanhou o discurso conciliador dos dirigentes, ao defender diálogo regular com a Fifa.
"O processo de atender às exigências da Fifa não é estático, é
dinâmico", falou Ralf Amann,
arquiteto da firma alemã GMP,
responsável pelo projeto do
Morumbi e por estádios na Alemanha-06 e África do Sul-10.
"O processo é de ida e volta.
Na África, ainda há exigências,
a menos de um ano da Copa."
Por fim, Carvalho comparou
a situação atual com a anterior
do estádio na discussão da Copa. ""No começo, São Paulo e o
Morumbi estavam vetados.
Mudou. Agora a gente tem que
se adaptar. Melhorou, e tem
muita coisa por acontecer."
O comitê paulista mostrou
ontem à imprensa um projeto
com respostas à maioria das
exigências da Fifa, com centro
de imprensa, área para convidados, novos vestiários e acessos ao gramado. Por ser antigo,
o Morumbi foi comparado, por
diversas vezes durante o evento, ao estádio de Berlim, usado
na Copa do Mundo de 2006.
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