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Contra-ataque
Em sua primeira entrevista, Palaia refuta que tenha dado um golpe , diz que Belluzzo sabia de suas intenções e que fará um bom mandato de 45 dias
LUCAS REIS
DE SÃO PAULO
Salvador Hugo Palaia falou pela primeira vez como
presidente do Palmeiras.
Negou que tenha dado um
golpe no cargo, também disse que não foi traiçoeiro ou
vingativo. Afirmou que Luiz
Gonzaga Belluzzo, presidente licenciado, sempre soube
de seus planos. E disse acreditar que o presidente, ao retornar, "dará continuidade"
ao trabalho e às mudanças
feitas no mandato tampão.
"No dia 23, o presidente
Belluzzo assinou sua licença.
Alguns diretores colocaram o
cargo à disposição, pois sabiam que eu tomaria posse
na segunda [dia 30]. Apenas
os três diretores de futebol
não o fizeram", disse Palaia.
Explica-se. Na segunda-
-feira, assim que assumiu a
presidência por, a princípio,
45 dias, Palaia imediatamente dissolveu a diretoria de futebol e anunciou a criação de
um conselho gestor formado
por nove membros. O ato
provocou a ira dos aliados de
Belluzzo e da oposição.
"Não houve golpe, nem
traição. Cada um tem sua política de administrar. A minha é diferente da do outro
presidente. E a julgo vencedora, pois venci profissionalmente desta forma", disse.
Mais: o novo presidente
afirmou que Belluzzo, mesmo internado, sempre soube
de todas as decisões políticas
que seu substituto tomaria.
"Ele [Belluzzo] foi consultado pelos meus assessores,
[Antônio Carlos] Corcione e
[Fábio] Raiola, mesmo estando em uma UTI. Ele é sabedor
de tudo que fizemos", disse.
Corcione, que também é ligado a Belluzzo, confirmou.
"Nada foi feito sem o conhecimento do professor Belluzzo. Desde o início, ele e qualquer um sabia que, com o Palaia, medidas de choque
aconteceriam", afirmou.
Palaia, 76, disse ainda que
não se importa com a efemeridade de seu poder.
"Nosso presidente [Belluzzo] é inteligente, um homem
de números. Ele certamente
dará continuidade a tudo
aquilo que faremos nestes 45
dias", afirmou. "Só Deus sabe se será mais [de 45 dias de
poder]. Até rezo para ele [Belluzzo] voltar em 30 dias."
De modo geral, o presidente interino tentou mostrar feições de tranquilidade e pregou a paz no Palmeiras.
"No meu coração, não há
mágoa. Temos que pensar
para a frente. Se tivesse mágoa do [Gilberto] Cipullo, não
o teria convidado a participar
do comitê", disse, referindo-
-se ao ex-diretor de futebol,
seu desafeto, afastado da
função na última segunda.
"A palavra final é do presidente. Mas ouvirei a todos. É
um comitê democrático."
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