São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2010

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Contra-ataque

Em sua primeira entrevista, Palaia refuta que tenha dado um golpe , diz que Belluzzo sabia de suas intenções e que fará um bom mandato de 45 dias

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

Salvador Hugo Palaia falou pela primeira vez como presidente do Palmeiras.
Negou que tenha dado um golpe no cargo, também disse que não foi traiçoeiro ou vingativo. Afirmou que Luiz Gonzaga Belluzzo, presidente licenciado, sempre soube de seus planos. E disse acreditar que o presidente, ao retornar, "dará continuidade" ao trabalho e às mudanças feitas no mandato tampão.
"No dia 23, o presidente Belluzzo assinou sua licença. Alguns diretores colocaram o cargo à disposição, pois sabiam que eu tomaria posse na segunda [dia 30]. Apenas os três diretores de futebol não o fizeram", disse Palaia.
Explica-se. Na segunda- -feira, assim que assumiu a presidência por, a princípio, 45 dias, Palaia imediatamente dissolveu a diretoria de futebol e anunciou a criação de um conselho gestor formado por nove membros. O ato provocou a ira dos aliados de Belluzzo e da oposição.
"Não houve golpe, nem traição. Cada um tem sua política de administrar. A minha é diferente da do outro presidente. E a julgo vencedora, pois venci profissionalmente desta forma", disse.
Mais: o novo presidente afirmou que Belluzzo, mesmo internado, sempre soube de todas as decisões políticas que seu substituto tomaria.
"Ele [Belluzzo] foi consultado pelos meus assessores, [Antônio Carlos] Corcione e [Fábio] Raiola, mesmo estando em uma UTI. Ele é sabedor de tudo que fizemos", disse.
Corcione, que também é ligado a Belluzzo, confirmou. "Nada foi feito sem o conhecimento do professor Belluzzo. Desde o início, ele e qualquer um sabia que, com o Palaia, medidas de choque aconteceriam", afirmou.
Palaia, 76, disse ainda que não se importa com a efemeridade de seu poder.
"Nosso presidente [Belluzzo] é inteligente, um homem de números. Ele certamente dará continuidade a tudo aquilo que faremos nestes 45 dias", afirmou. "Só Deus sabe se será mais [de 45 dias de poder]. Até rezo para ele [Belluzzo] voltar em 30 dias."
De modo geral, o presidente interino tentou mostrar feições de tranquilidade e pregou a paz no Palmeiras.
"No meu coração, não há mágoa. Temos que pensar para a frente. Se tivesse mágoa do [Gilberto] Cipullo, não o teria convidado a participar do comitê", disse, referindo- -se ao ex-diretor de futebol, seu desafeto, afastado da função na última segunda.
"A palavra final é do presidente. Mas ouvirei a todos. É um comitê democrático."


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