São Paulo, sexta-feira, 01 de novembro de 2002

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BASQUETE

Com desempenho superior a de outros calouros, pivô alcança as melhores marcas de um brasileiro na NBA

Na estréia, Nenê quebra recordes e bate a concorrência

MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua aparição oficial de estréia na NBA, a primeira de um brasileiro em 11 anos, Nenê Hilário, 20, do Denver Nuggets, quebrou recordes e alcançou números expressivos se comparados com os obtidos por outros atletas que também estrearam na liga.
Reserva na derrota por 83 a 77 para o Minnesota Timberwolves, anteontem à noite, em Minneapolis, no segundo dia da temporada 2002/03, o pivô brasileiro entrou em quadra aos 6min44s do primeiro quarto, em substituição a Mark Blount. Em 43 segundos, conseguiu seu primeiro rebote, defensivo. E, com 8min10s, acertou um lance livre para marcar seu primeiro ponto na liga.
Ao todo, Nenê atuou 28 minutos, marcou dez pontos e agarrou 11 rebotes. Acertou três de seis arremessos de quadra, quatro de seis lances livres, deu quatro assistências e um toco. Cometeu ainda quatro faltas e teve quatro erros.
Em apenas uma partida, conseguiu quebrar o recorde de pontos, assistências e arremessos convertidos para um brasileiro. Em 55 anos, apenas dois atletas do país já haviam atuado em jogos oficiais.
O pivô João José Vianna, o Pipoka, entrara em somente uma partida da temporada 1991/92 pelo Dallas Mavericks. Em nove minutos, ele conseguiu marcar dois pontos e dar duas assistências.
Antes, o também pivô Rolando Ferreira havia integrado o elenco do Portland Trail Blazers na temporada 1988/89. Reserva, participou de 12 jogos, em um total de 34 minutos. Marcou ao todo nove pontos e conseguiu 13 rebotes.
Nenê ainda alcançou outro feito expressivo: foi o único estreante do torneio a ter conseguido um "duplo-duplo" (dois dígitos em dois fundamentos distintos). Uma marca que não fora registrada no jogo inicial por nenhum dos cinco atletas eleitos os melhores calouros da temporada passada.
Apesar da derrota, o brasileiro deixou a quadra exaltando, principalmente, a reação obtida pela equipe no terceiro quarto, quando diminuiu um déficit de 25 para cinco pontos no período final.
"Nós mostramos que temos coração e garra, que não estávamos mortos. A reação provou que, mesmo com uma equipe jovem, temos nosso valor. E continuaremos a trabalhar duro e a acreditar em nosso técnico [o também estreante Jeff Bzdelik]", disse Nenê.
O brasileiro fez referência ao fato de o Denver ter o elenco com menor média de idade entre as 29 equipes da liga (24,1 anos). Na estréia, o time ainda atuou desfalcado do pivô Marcus Camby, 28, lesionado, e do ala Juwan Howard, 29, suspenso, ambos titulares.
A estréia de Nenê mereceu elogios, inclusive, do técnico adversário, Flip Saunders, que, aliás, já o conhecia dos Jogos da Amizade de 2001 -ele era o treinador dos EUA que venceram o Brasil de Nenê na semifinal da competição. Na ocasião, o pivô despertara a atenção de olheiros da liga.
"Sempre disse que ele [Nenê] tem condições de se tornar um grande jogador, porque é forte, atlético, ágil e também um grande reboteiro", afirmou Saunders.


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