|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BASQUETE
Com desempenho superior a de outros calouros, pivô alcança as melhores marcas de um brasileiro na NBA
Na estréia, Nenê quebra recordes e bate a concorrência
MARCELO SAKATE
DA REPORTAGEM LOCAL
Em sua aparição oficial de estréia na NBA, a primeira de um
brasileiro em 11 anos, Nenê Hilário, 20, do Denver Nuggets, quebrou recordes e alcançou números expressivos se comparados
com os obtidos por outros atletas
que também estrearam na liga.
Reserva na derrota por 83 a 77
para o Minnesota Timberwolves,
anteontem à noite, em Minneapolis, no segundo dia da temporada 2002/03, o pivô brasileiro entrou em quadra aos 6min44s do
primeiro quarto, em substituição
a Mark Blount. Em 43 segundos,
conseguiu seu primeiro rebote,
defensivo. E, com 8min10s, acertou um lance livre para marcar
seu primeiro ponto na liga.
Ao todo, Nenê atuou 28 minutos, marcou dez pontos e agarrou
11 rebotes. Acertou três de seis arremessos de quadra, quatro de
seis lances livres, deu quatro assistências e um toco. Cometeu ainda
quatro faltas e teve quatro erros.
Em apenas uma partida, conseguiu quebrar o recorde de pontos,
assistências e arremessos convertidos para um brasileiro. Em 55
anos, apenas dois atletas do país já
haviam atuado em jogos oficiais.
O pivô João José Vianna, o Pipoka, entrara em somente uma
partida da temporada 1991/92 pelo Dallas Mavericks. Em nove minutos, ele conseguiu marcar dois
pontos e dar duas assistências.
Antes, o também pivô Rolando
Ferreira havia integrado o elenco
do Portland Trail Blazers na temporada 1988/89. Reserva, participou de 12 jogos, em um total de 34
minutos. Marcou ao todo nove
pontos e conseguiu 13 rebotes.
Nenê ainda alcançou outro feito
expressivo: foi o único estreante
do torneio a ter conseguido um
"duplo-duplo" (dois dígitos em
dois fundamentos distintos).
Uma marca que não fora registrada no jogo inicial por nenhum dos
cinco atletas eleitos os melhores
calouros da temporada passada.
Apesar da derrota, o brasileiro
deixou a quadra exaltando, principalmente, a reação obtida pela
equipe no terceiro quarto, quando diminuiu um déficit de 25 para
cinco pontos no período final.
"Nós mostramos que temos coração e garra, que não estávamos
mortos. A reação provou que,
mesmo com uma equipe jovem,
temos nosso valor. E continuaremos a trabalhar duro e a acreditar
em nosso técnico [o também estreante Jeff Bzdelik]", disse Nenê.
O brasileiro fez referência ao fato de o Denver ter o elenco com
menor média de idade entre as 29
equipes da liga (24,1 anos). Na estréia, o time ainda atuou desfalcado do pivô Marcus Camby, 28, lesionado, e do ala Juwan Howard,
29, suspenso, ambos titulares.
A estréia de Nenê mereceu elogios, inclusive, do técnico adversário, Flip Saunders, que, aliás, já
o conhecia dos Jogos da Amizade
de 2001 -ele era o treinador dos
EUA que venceram o Brasil de
Nenê na semifinal da competição.
Na ocasião, o pivô despertara a
atenção de olheiros da liga.
"Sempre disse que ele [Nenê]
tem condições de se tornar um
grande jogador, porque é forte,
atlético, ágil e também um grande
reboteiro", afirmou Saunders.
Texto Anterior: Santos fracassa e não consegue anular derrota Próximo Texto: Adversário de hoje é "rookie" chinês Índice
|