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Recolhido, Washington mira recorde e esbanja fôlego no BR-04
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um artilheiro com fôlego de
aço. É assim Washington, o principal goleador do Campeonato
Brasileiro. Ele vem esbanjando
energia na competição, sem acusar o problema cardíaco, que quase abreviou sua carreira durante a
passagem pelo futebol turco.
Os números comprovam a força do matador. Principal goleador
do Brasileiro com 27 gols -a
quatro de se igualar a Dimba, o recordista em uma edição-, Washington ostenta a marca de 13
partidas sem saber o que é ser
substituído no Atlético-PR.
Dos 853 jogadores que entraram em campo na competição segundo o Datafolha, o camisa nove
do clube paranaense ocupa o 77º
lugar no ranking dos que mais
suaram a camisa: 2.728 minutos.
Só para se ter uma idéia, o zagueiro Serginho, do São Caetano,
famoso pelo seu vigor físico, tinha
atuado 2.087 minutos.
Se no geral Washington tem um
bom retrospecto, entre os atacantes seu desempenho impressiona
ainda mais: ele está entre os 11 que
mais entraram em campo.
Aos 29 anos, o jogador vem fazendo desta edição do Brasileiro a
mais especial da sua carreira.
O máximo de partidas que ele
tinha disputado num mesmo Nacional era 25. Em 2004, o artilheiro já chegou aos 31 jogos.
Só que seu comportamento fora
do gramado mudou depois da
morte do zagueiro Serginho: de
jogador solícito e falastrão, ele
agora é arredio às entrevistas.
Abalado, o jogador foi proibido
pelo clube de dar entrevistas sobre o caso. Segundo Valentina
Stecanela, tia do atacante, o Atlético-PR chegou a colocar um psicólogo para cuidar do Washington.
"Eles [diretoria do Atlético-PR]
proibiram o Washington de falar
sobre a morte do Serginho para
ele não ficar deprimido. Meu sobrinho chorou e ficou impressionado. Quem já teve um problema
de coração sabe bem o que é ver
um companheiro morrer no campo", afirmou a tia do atacante, que
mora em Brasília e ontem estava
com o sobrinho "ilustre" em casa.
E Washington está mesmo disposto a se manter calado sobre a
morte de Serginho. De acordo Valentina, seu sobrinho desmarcou
até entrevista num programa de
TV para evitar o assunto.
"Ele iria no Programa do Jô
amanhã [hoje], mas quando avisou à assessoria que não falaria
sobre o que aconteceu com o rapaz do São Caetano, a entrevista
foi desmarcada", disse a tia.
Anteontem, quando fez os dois
gols nos 2 a 1 contra o Internacional, ele foi o primeiro a deixar o
vestiário, calado. "Ele só pensa em
passar o Dimba [fez 31 gols em
2003 pelo Goiás] para entrar para
a história", disse Valentina.
Colaborou Paulo Cobos,
da Reportagem Local
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