São Paulo, quinta-feira, 01 de novembro de 2007

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Marca do título, defesa sólida abre trilha para vitória

Zaga menos vazada e projeto de cobertura do Morumbi empolgam Rogério Ceni, que agora fala em atuar até 2014

São Paulo 3
América-RN 0

DA REPORTAGEM LOCAL

Para consolidar o penta, o São Paulo precisou apenas da defesa. Ela, de fato, foi suficiente. E ajudou a mudar o planejamento de um capitão e ídolo.
"Estou pensando em repensar o fim da minha carreira. Eu estou me sentindo bem, sentindo-me jovem. Vou estar com 41, se não der 2010, eu tento 2014", disse Rogério.
Depois, ele tomou uma bandeira da organizada Independente, que rezava: "Encare se puder", e tremulá-la numa volta olímpica iniciada no escudo do clube, no meio do campo.
E explicou ainda melhor sua decisão. "Depois que eu vi que o Morumbi ia ganhar uma cobertura, vi que não poderia perder a oportunidade de atuar num estádio tão bonito."
Se a defesa dos próximos sete anos forem assim, Rogério, seis gols marcados neste Brasileiro, nove na temporada, realmente não tem motivo para parar.
Em nenhum jogo, o São Paulo sofreu dois gols. Em 21 dos 34 jogos disputados até agora no Brasileiro, não levou gols. E permanece com a primeira defesa do campeonato, com apenas 13 gols, menos da metade que os 33 sofridos pelo segundo no quesito, o Fluminense.
Ontem, um 0 a 0 bastaria para o título; na primeira chance de oficializar a taça, os jogadores de defesa cumpriram a tarefa de não levar gols e protagonizaram até as ações ofensivas, abrindo o caminho para o 3 a 0 final sobre o América-RN.
Um gol de Hernanes, aos 39min do primeiro tempo, e outro de Miranda, aos 4min do segundo bastaram à torcida para o "olé" e lembraram a trajetória de uma defesa impecável por todo o Brasileiro.
Roubaram assim a cena de Dagoberto, que aos 32min do segundo tempo marcou seu sétimo gol e empatou com Borges na artilharia do time no Nacional. E todo esse monopólio de atenções começou bem cedo.
Basta lembrar que, além do gol de Hernanes, as melhores chances são-paulinas no primeiro tempo foram uma cabeçada do zagueiro André Dias, salva em cima da linha por Nei Santos, e uma cobrança de falta de Rogério, que acertou o travessão de Sérvulo.
O América-RN subiu ao gramado do Morumbi e se aqueceu por mais ou menos 15 minutos; enquanto isso, crianças com balões verde-amarelos e tricolores esperavam o time de Muricy Ramalho; enquanto isso, o cantor romântico Daniel entoava o hino do São Paulo, e a torcida o acompanhava.
Nesses longos 15 minutos, o América entendeu que, na noite de ontem, seria apenas um detalhe. Ensaiou uma resistência, mas era nitidamente uma vítima fácil. Aos 8min do segundo tempo, já ouvia os gritos de "olé" ante o 2 a 0.
A tranqüilidade são-paulina era tamanha que o zagueiro Breno já tinha virado lateral-direito e Rogério, por duas vezes seguidas, se projetou até a alguns metros antes da linha intermediária para fazer lançamentos à área potiguar.
Para que a defesa encerrasse os trabalhos com louvor, só faltou a Rogério encaixar uma das duas faltas que cobrou: a primeira, no travessão; a segunda, defendida. No fim, ele nem ligou. "Só quero ser lembrado."
Com certeza, será.


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