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Marca do título, defesa sólida abre trilha para vitória
Zaga menos vazada e projeto de cobertura do Morumbi
empolgam Rogério Ceni, que agora fala em atuar até 2014
São Paulo 3
América-RN 0
DA REPORTAGEM LOCAL
Para consolidar o penta, o
São Paulo precisou apenas da
defesa. Ela, de fato, foi suficiente. E ajudou a mudar o planejamento de um capitão e ídolo.
"Estou pensando em repensar o fim da minha carreira. Eu
estou me sentindo bem, sentindo-me jovem. Vou estar com
41, se não der 2010, eu tento
2014", disse Rogério.
Depois, ele tomou uma bandeira da organizada Independente, que rezava: "Encare se
puder", e tremulá-la numa volta olímpica iniciada no escudo
do clube, no meio do campo.
E explicou ainda melhor sua
decisão. "Depois que eu vi que o
Morumbi ia ganhar uma cobertura, vi que não poderia perder
a oportunidade de atuar num
estádio tão bonito."
Se a defesa dos próximos sete
anos forem assim, Rogério, seis
gols marcados neste Brasileiro,
nove na temporada, realmente
não tem motivo para parar.
Em nenhum jogo, o São Paulo sofreu dois gols. Em 21 dos
34 jogos disputados até agora
no Brasileiro, não levou gols. E
permanece com a primeira defesa do campeonato, com apenas 13 gols, menos da metade
que os 33 sofridos pelo segundo
no quesito, o Fluminense.
Ontem, um 0 a 0 bastaria para o título; na primeira chance
de oficializar a taça, os jogadores de defesa cumpriram a tarefa de não levar gols e protagonizaram até as ações ofensivas,
abrindo o caminho para o 3 a 0
final sobre o América-RN.
Um gol de Hernanes, aos
39min do primeiro tempo, e
outro de Miranda, aos 4min do
segundo bastaram à torcida para o "olé" e lembraram a trajetória de uma defesa impecável
por todo o Brasileiro.
Roubaram assim a cena de
Dagoberto, que aos 32min do
segundo tempo marcou seu sétimo gol e empatou com Borges
na artilharia do time no Nacional. E todo esse monopólio de
atenções começou bem cedo.
Basta lembrar que, além do
gol de Hernanes, as melhores
chances são-paulinas no primeiro tempo foram uma cabeçada do zagueiro André Dias,
salva em cima da linha por Nei
Santos, e uma cobrança de falta
de Rogério, que acertou o travessão de Sérvulo.
O América-RN subiu ao gramado do Morumbi e se aqueceu por mais ou menos 15 minutos; enquanto isso, crianças
com balões verde-amarelos e
tricolores esperavam o time de
Muricy Ramalho; enquanto isso, o cantor romântico Daniel
entoava o hino do São Paulo, e a
torcida o acompanhava.
Nesses longos 15 minutos, o
América entendeu que, na noite de ontem, seria apenas um
detalhe. Ensaiou uma resistência, mas era nitidamente uma
vítima fácil. Aos 8min do segundo tempo, já ouvia os gritos
de "olé" ante o 2 a 0.
A tranqüilidade são-paulina
era tamanha que o zagueiro
Breno já tinha virado lateral-direito e Rogério, por duas vezes seguidas, se projetou até a
alguns metros antes da linha
intermediária para fazer lançamentos à área potiguar.
Para que a defesa encerrasse
os trabalhos com louvor, só faltou a Rogério encaixar uma das
duas faltas que cobrou: a primeira, no travessão; a segunda,
defendida. No fim, ele nem ligou. "Só quero ser lembrado."
Com certeza, será.
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