São Paulo, quinta-feira, 01 de novembro de 2007

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Valdivia bagunça o Palmeiras

Grupo viu com repúdio expulsão do meia no final da partida contra o Vasco, domingo, no Rio

Jogador, que pediu desculpa por ter levado o vermelho, recebeu 9 dos 90 cartões do clube, que enfrenta hoje o Juventude, no Brasileiro

RENAN CACIOLI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ele é o grande nome de um Palmeiras que busca, na classificação para a Libertadores, um consolo por um ano sem títulos. Mas é também Valdivia o jogador que pode colocar tudo a perder justamente na reta final do Campeonato Brasileiro.
Hoje, contra o Juventude, às 20h30, no Parque Antarctica, o Palmeiras entra em campo tentando saltar para os 58 pontos desfalcado de seu camisa 10, que revidou uma agressão já nos acréscimos da partida contra o Vasco e acabou expulso.
E, embora o discurso do elenco para a imprensa tenha sido o de crucificar o juiz Evandro Rogério Roman na chegada ao aeroporto, internamente o sentimento foi o de repúdio ao ato do habilidoso meia chileno.
A Folha apurou que a atitude do camisa 10 pegou mal para parte do grupo, já que ele corre o risco de nem mais atuar neste Brasileiro -o pedido de suspensão preventiva foi feito ontem pelo procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Paulo Schmitt.
Uma das lideranças do elenco palmeirense disse, inclusive, que atitudes como essa -a de provocar uma expulsão ao fim do jogo- podem comprometer o futuro de Valdivia no futebol.
Outro fator que pesou contra o meia foi o de descumprir uma ordem básica do treinador Caio Júnior: não tomar cartões por faltas bobas ou reclamação.
Neste Brasileiro, Valdivia recebeu 9 dos 90 cartões amarelos da equipe verde (10%).
O mal-estar pela perda de seu principal atleta foi tão grande que o próprio Caio Jr. nem cobrou Valdivia no vestiário de São Januário. Sob o argumento de que precisaria rever o lance pela TV, o treinador optou por tomar uma decisão no seu retorno a São Paulo.
Antes de iniciar o treino de anteontem, Caio Jr. teve uma conversa com o elenco no centro de um dos campos do CT. Falou sobre a expulsão do chileno. Este, por sua vez, pediu desculpas ao grupo.
Após o treinamento, a situação incômoda envolvendo Valdivia ficou nítida na disparidade de declarações entre jogadores e dirigentes do clube, que foram até o CT conversar com a imprensa sobre o caso.
Na versão da cúpula do clube, o episódio não ficou caracterizado como agressão. "Ato ríspido" foi como o vice-presidente Gilberto Cipullo classificou o gesto de Valdivia.
Caio Jr. disse que conversou com Valdivia. "Passei para ele que é mais ou menos o que acontece com o pai quando o filho fez alguma coisa que não é o ideal. É esse o sentimento que tenho pelo Valdivia e por todo o grupo", falou o técnico.


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