São Paulo, domingo, 01 de novembro de 2009

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COI sugere ao Rio mais "sensação de segurança"

Diretor do comitê quer tranquilizar turistas e atletas que virão ao Brasil

Apesar de a questão não ser tida como grande problema durante a Olimpíada, onda de violência na cidade-sede de 2016 assusta a entidade

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Sem preocupação excessiva com a proteção aos Jogos-2016, o COI (Comitê Olímpico Internacional) entende que é preciso aumentar "a sensação de segurança" para os turistas e atletas que virão ao Rio para o evento. Foi o que contou à Folha o diretor-executivo dos Jogos, o suíço Gilbert Felli.
Sua posição foi explicada às autoridades públicas brasileiras, como o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o governador Sérgio Cabral durante o seminário do comitê que se encerrou ontem na cidade.
"Dissemos que a segurança seria um desafio. Não a segurança dos Jogos, que esta sabemos como fazer. Tem que fazer esforço para melhorar a sensação de segurança", disse Felli, que ressaltou que a percepção de maior proteção tem que ser sentida por turistas e atletas.
O plano olímpico do Rio prevê que será dada prioridade à proteção às áreas que serão frequentadas pela família olímpica e por turistas. Isso inclui, além das instalações esportivas, pontos turísticos da cidade.
Mas, para que estas pessoas viajem ao Rio, é preciso mostrar uma imagem de uma cidade menos abalada pelo crime.
Há melhorias reais para mostrar, na opinião do chefe da comitiva do COI no Rio. O suíço reafirmou que a entidade não mudou o entendimento de que a cidade está reduzindo índices de violência, como dito no relatório de avaliação do próprio comitê. Essa certeza não se alterou com a recente onda de violência, com 42 mortos.
O Rio teve quedas nos índices de homicídios nos últimos anos -e o governo acena com projetos de pacificação de áreas de conflito. Mas tiroteios urbanos com armas de alto calibre entre traficantes, agora também com membros de milícias em favelas, segue, com fases mais agudas como a da semana passada.
"Eles têm que demonstrar o que foi feito. Podem fazer um trabalho, chamando a mídia internacional", contou Felli.
A prefeitura do Rio tem um plano de publicidade que envolve investimento de R$ 120 milhões e que inclui dinheiro para veículos internacionais.
A segurança não é preocupação central do COI nos primeiros anos do planejamento de nenhuma Olimpíada porque isso pode ser feito mais próximo do evento. Tanto que não houve autoridades de alto escalação da área na reunião desta semana, nem mesmo foram requisitados dados específicos.
Por enquanto, a prioridade é o estabelecimento do plano definitivo para os Jogos. Já há um cronograma prévio para a realização das obras. Mas o COI não vai divulgá-lo agora. Até porque, se a segurança dos Jogos parece garantida, o comitê demonstra que há diversos desafios a serem superados pelo Rio na organização da Olimpíada.
No encerramento do seminário, Felli voltou a tocar na questão da segurança, minimizando o problema. "A segurança foi discutida, como outros itens. No mesmo nível."
A intenção do COI é que o cronograma definitivo de obras saia em até seis meses.


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