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COI sugere ao Rio mais "sensação de segurança"
Diretor do comitê quer tranquilizar turistas e atletas que virão ao Brasil
Apesar de a questão não ser tida como grande problema durante a Olimpíada, onda de violência na cidade-sede de 2016 assusta a entidade
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Sem preocupação excessiva
com a proteção aos Jogos-2016,
o COI (Comitê Olímpico Internacional) entende que é preciso aumentar "a sensação de segurança" para os turistas e atletas que virão ao Rio para o
evento. Foi o que contou à Folha o diretor-executivo dos Jogos, o suíço Gilbert Felli.
Sua posição foi explicada às
autoridades públicas brasileiras, como o prefeito do Rio,
Eduardo Paes, e o governador
Sérgio Cabral durante o seminário do comitê que se encerrou ontem na cidade.
"Dissemos que a segurança
seria um desafio. Não a segurança dos Jogos, que esta sabemos como fazer. Tem que fazer
esforço para melhorar a sensação de segurança", disse Felli,
que ressaltou que a percepção
de maior proteção tem que ser
sentida por turistas e atletas.
O plano olímpico do Rio prevê que será dada prioridade à
proteção às áreas que serão frequentadas pela família olímpica e por turistas. Isso inclui,
além das instalações esportivas, pontos turísticos da cidade.
Mas, para que estas pessoas
viajem ao Rio, é preciso mostrar uma imagem de uma cidade menos abalada pelo crime.
Há melhorias reais para mostrar, na opinião do chefe da comitiva do COI no Rio. O suíço
reafirmou que a entidade não
mudou o entendimento de que
a cidade está reduzindo índices
de violência, como dito no relatório de avaliação do próprio
comitê. Essa certeza não se alterou com a recente onda de
violência, com 42 mortos.
O Rio teve quedas nos índices
de homicídios nos últimos anos
-e o governo acena com projetos de pacificação de áreas de
conflito. Mas tiroteios urbanos
com armas de alto calibre entre
traficantes, agora também com
membros de milícias em favelas, segue, com fases mais agudas como a da semana passada.
"Eles têm que demonstrar o
que foi feito. Podem fazer um
trabalho, chamando a mídia internacional", contou Felli.
A prefeitura do Rio tem um
plano de publicidade que envolve investimento de R$ 120
milhões e que inclui dinheiro
para veículos internacionais.
A segurança não é preocupação central do COI nos primeiros anos do planejamento de
nenhuma Olimpíada porque isso pode ser feito mais próximo
do evento. Tanto que não houve autoridades de alto escalação da área na reunião desta semana, nem mesmo foram requisitados dados específicos.
Por enquanto, a prioridade é
o estabelecimento do plano definitivo para os Jogos. Já há um
cronograma prévio para a realização das obras. Mas o COI não
vai divulgá-lo agora. Até porque, se a segurança dos Jogos
parece garantida, o comitê demonstra que há diversos desafios a serem superados pelo Rio
na organização da Olimpíada.
No encerramento do seminário, Felli voltou a tocar na
questão da segurança, minimizando o problema. "A segurança foi discutida, como outros
itens. No mesmo nível."
A intenção do COI é que o
cronograma definitivo de obras
saia em até seis meses.
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