São Paulo, domingo, 01 de novembro de 2009

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Interatividade é meta do COI para 2016

Com avanços tecnológicos, comitê e especialistas projetam uma Olimpíada em que o espectador interaja com o evento

Assistir ao vivo aos Jogos pelo celular e competir com atletas em tempo real no videogame são algumas das possibilidades aventadas

DA REPORTAGEM LOCAL

A milhares de quilômetros do palco dos Jogos Olímpicos e ao lado de outros fanáticos, ter a experiência de fazer parte da ação. Interatividade que permita testar as suas habilidades atléticas contra ases do esporte. Ter um menu com dezenas de eventos para personalizar a programação -no celular.
Esse é o croqui imaginado por Comitê Olímpico Internacional, executivos de TV e especialistas em marketing esportivo, para, talvez, Londres-2012 e, muito provavelmente, para os Jogos do Rio, em 2016.
Em Pequim, o portal de internet Terra contou com 15 canais ""olímpicos", algo que à época era sem precedente.
""O COI colocará, já nos Jogos de Londres, um mínimo de 60 sinais à disposição dos clientes. Alguns eventos, como o atletismo, por exemplo, terão mais de um sinal", diz Félix Alvarez, vice de operações da IMG, empresa de marketing do COI.
""Cada um dos licenciados poderá criar sua própria grade com o conteúdo que desejarem. Tudo [os canais de transmissão] ficará à disposição do detentor dos direitos. Se vai passar ou não, dependerá dele."
Entre os 60 canais, o COI, que só tem a ganhar com uma maior exposição dos Jogos, disponibilizará cinco genéricos, com conteúdo já editado, para diferentes interesses. Um deles será o ""Olympic News", um programa de "update" com os acontecimentos mais relevantes dos últimos 30 minutos.
""Em Londres, os celulares devem receber somente clipes e notícias. Já no Rio, acho que será possível assistir a competições ao vivo pela telefonia móvel [banda larga]", diz Alvarez.
Executivos de marketing e de TV desfilam um rosário de inovações tecnológicas que podem muito bem estar presentes na época da Olimpíada do Rio.
""Imagine, em 2016, áudio com 16 canais e 3D, que, se antes "saltava" da tela, hoje é trabalhado "para dentro", com a profundidade. Se tiver isso, o equipamento puxa você para o evento", diz Pedro Garcia, diretor de negócios da Globosat.
""A grande novidade será a interatividade. Poder fazer seu próprio replay e trabalhar a imagem. Em Pequim, foi a primeira vez que, durante as transmissões, os atletas competiam contra uma "linha do recorde". Esses pequenos detalhes vão formando um quadro futurista", segue ele.
Nos locais de competição, Alvarez acredita que será possível, por meio de minimonitores portáteis de TV disponibilizados nos estádios, ver eventos que ocorram simultaneamente em outras instalações.
"É o conceito de TV pessoal. Você está no estádio de atletismo e, se quiser, pode assistir algo que ocorre em outro local."
Para 2016, o executivo sonha em contar com tecnologias já existentes. Afinal, conforme filosofa, "a única limitação é a tecnologia, não a imaginação". Cita tecnologia 3D, já vista no cinema e na TV, e videogames interativos, como o Wii.
No último fim de semana, mexicanos acompanharam, empolgados, nas telas de cinema, e em 3D, o clássico local entre América e Guadalajara.
""Para 2016, quem sabe não chegue uma 3D mais sofisticada? E a experiência de correr ao lado de um recordista a prova dos 100 m [do atletismo] em um game?", questiona Alvarez.
"Há filmes que previram a realidade, e outros que não. Quem imaginaria que a internet evoluiria tanto em tão pouco tempo? Em 2016 podemos ver "Minority Report", com o touch screen, por exemplo", filosofa Garcia, em alusão à tecnologia vista no filme futurista de Steven Spielberg. (EDUARDO OHATA E MARIANA BASTOS)

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