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Oriente Médio cava seu espaço no mapa esportivo
Com dólares sobrando, Dubai, Abu Dhabi e Qatar duelam por atrações de porte
Com o GP de F-1 hoje, região inaugura período repleto de atividades, como Mundial de vôlei, natação, futebol e até amistoso da seleção
PAULO COBOS
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Graças aos petrodólares e
uma rivalidade crescente, o
Oriente Médio finalmente conseguiu cavar seu espaço no cenário esportivo internacional.
Do Mundial de natação em
Dubai, passando pelo Masters
feminino de tênis e o Mundial
de Clubes da Fifa, em Abu Dhabi, ao amistoso entre Brasil e
Inglaterra e o Mundial de vôlei,
no Catar, uma sequência de
eventos de primeiro escalão está programada para o Golfo
Pérsico nos próximos meses.
A realização do GP de Abu
Dhabi, hoje, às 11h (de Brasília),
que encerra o Mundial de F-1,
marca o início desde período e
faz parte do ambicioso projeto
de transformar o emirado em
centro de referência mundial
financeiro, cultural e de lazer.
Para transformar o sonho em
realidade, já estão em andamento diversos empreendimentos, como um parque temático da Ferrari, "filiais" dos
museus Louvre e Guggenheim
e uma universidade Sorbonne.
"Queríamos trazer para Abu
Dhabi o maior evento que há e
conseguimos [a F-1]. Mas é
muito mais que apenas um
evento esportivo, esta é uma
grande ocasião para nós", afirma Khaldoon al Mubarak, diretor da Mubadala, fundo de investimento do governo dos
Emirados Árabes Unidos.
A intenção de abrigar uma
etapa da F-1, porém, não surgiu
do nada. Após ver o emirado vizinho Dubai fazer algumas tentativas, Abu Dhabi investiu pesado. Via Mubadala, comprou
5% da Ferrari em 2005, o que
lhe deu o direito de ter o GP.
Mas não foi só. Depois de Dubai passar a abrigar a federação
internacional de críquete, Abu
Dhabi ofereceu 750 milhões de
libras (cerca de R$ 2,2 bilhões)
para receber por dez anos a liga
das estrelas da modalidade.
Com o tênis, a história foi parecida. Dubai passou a sediar
um torneio do ATP 500 e Abu
Dhabi, sem titubear, logo abocanhou o Masters feminino.
"Abu Dhabi está fazendo
uma forte declaração sobre a
"marca Abu Dhabi" contra a
"marca Dubai'", explica Simon
Chadwick, professor de negócios esportivos da Universidade de Coventry, especializado
no Oriente Médio. "O esporte é
parte importante da estratégia
econômica de ambos. Não é só
um hobby, é parte vital de seus
planos de desenvolvimento."
Correndo por fora na disputa
está o vizinho Qatar, que não
pertence aos Emirados Árabes.
Nos últimos anos, o governo
local investiu US$ 2,8 bilhões
em obras de infraestrutura para fomentar o esporte no país e
poder receber grandes eventos.
Uma das grandes conquistas
foi a de abrigar, no ano passado,
a primeira corrida noturna da
história do Mundial de MotoGP, antes mesmo de a F-1 ter
a sua versão em Cingapura.
Mas um dos responsáveis pelo boom de eventos esportivos
no Qatar recentemente foi a
realização dos Jogos Asiáticos
em 2006, que culminou na tentativa, frustrada, de sua capital,
Doha, receber a Olimpíada-16.
Mas a derrota nem de perto
intimidou os qatarianos, que
pretendem entrar na disputa
pelos Jogos Olímpicos de 2020
e pela Copa do Mundo de 2022.
Enquanto não conquista este
direito, porém, o país vai angariando o maior número de
grandes competições que pode.
A próxima é o Mundial masculino de vôlei, que tem início depois de amanhã, em Doha.
Com agências internacionais
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