São Paulo, domingo, 01 de novembro de 2009

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Oriente Médio cava seu espaço no mapa esportivo

Com dólares sobrando, Dubai, Abu Dhabi e Qatar duelam por atrações de porte

Com o GP de F-1 hoje, região inaugura período repleto de atividades, como Mundial de vôlei, natação, futebol e até amistoso da seleção

PAULO COBOS
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Graças aos petrodólares e uma rivalidade crescente, o Oriente Médio finalmente conseguiu cavar seu espaço no cenário esportivo internacional.
Do Mundial de natação em Dubai, passando pelo Masters feminino de tênis e o Mundial de Clubes da Fifa, em Abu Dhabi, ao amistoso entre Brasil e Inglaterra e o Mundial de vôlei, no Catar, uma sequência de eventos de primeiro escalão está programada para o Golfo Pérsico nos próximos meses.
A realização do GP de Abu Dhabi, hoje, às 11h (de Brasília), que encerra o Mundial de F-1, marca o início desde período e faz parte do ambicioso projeto de transformar o emirado em centro de referência mundial financeiro, cultural e de lazer.
Para transformar o sonho em realidade, já estão em andamento diversos empreendimentos, como um parque temático da Ferrari, "filiais" dos museus Louvre e Guggenheim e uma universidade Sorbonne.
"Queríamos trazer para Abu Dhabi o maior evento que há e conseguimos [a F-1]. Mas é muito mais que apenas um evento esportivo, esta é uma grande ocasião para nós", afirma Khaldoon al Mubarak, diretor da Mubadala, fundo de investimento do governo dos Emirados Árabes Unidos.
A intenção de abrigar uma etapa da F-1, porém, não surgiu do nada. Após ver o emirado vizinho Dubai fazer algumas tentativas, Abu Dhabi investiu pesado. Via Mubadala, comprou 5% da Ferrari em 2005, o que lhe deu o direito de ter o GP.
Mas não foi só. Depois de Dubai passar a abrigar a federação internacional de críquete, Abu Dhabi ofereceu 750 milhões de libras (cerca de R$ 2,2 bilhões) para receber por dez anos a liga das estrelas da modalidade.
Com o tênis, a história foi parecida. Dubai passou a sediar um torneio do ATP 500 e Abu Dhabi, sem titubear, logo abocanhou o Masters feminino.
"Abu Dhabi está fazendo uma forte declaração sobre a "marca Abu Dhabi" contra a "marca Dubai'", explica Simon Chadwick, professor de negócios esportivos da Universidade de Coventry, especializado no Oriente Médio. "O esporte é parte importante da estratégia econômica de ambos. Não é só um hobby, é parte vital de seus planos de desenvolvimento."
Correndo por fora na disputa está o vizinho Qatar, que não pertence aos Emirados Árabes.
Nos últimos anos, o governo local investiu US$ 2,8 bilhões em obras de infraestrutura para fomentar o esporte no país e poder receber grandes eventos.
Uma das grandes conquistas foi a de abrigar, no ano passado, a primeira corrida noturna da história do Mundial de MotoGP, antes mesmo de a F-1 ter a sua versão em Cingapura.
Mas um dos responsáveis pelo boom de eventos esportivos no Qatar recentemente foi a realização dos Jogos Asiáticos em 2006, que culminou na tentativa, frustrada, de sua capital, Doha, receber a Olimpíada-16.
Mas a derrota nem de perto intimidou os qatarianos, que pretendem entrar na disputa pelos Jogos Olímpicos de 2020 e pela Copa do Mundo de 2022.
Enquanto não conquista este direito, porém, o país vai angariando o maior número de grandes competições que pode. A próxima é o Mundial masculino de vôlei, que tem início depois de amanhã, em Doha.


Com agências internacionais

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