São Paulo, domingo, 01 de novembro de 2009

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Amadores preocupam Maratona de Nova York

Sem preparo, duas pessoas morreram na prova de 2008

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

Não é apenas de olho em alguns dos principais nomes do atletismo mundial que a Maratona de Nova York completa hoje a sua 40ª edição.
Segundo estimativas dos organizadores da prova, um heterogêneo grupo de cerca de 40 mil pessoas disputa a prova mais tradicional dos EUA.
A grande popularidade da competição, porém, traduziu-se também em maior preocupação com a saúde e a preparação dos participantes, principalmente dos amadores.
Na edição deste ano, o site oficial da prova exibe dicas que vão desde a preparação psicológica e a intensidade dos treinos antes da corrida até a alimentação mais indicada.
A preocupação não é desnecessária. Na edição do ano passado, duas pessoas -uma delas o brasileiro Carlos José Gomes- morreram.
Nos últimos meses, três pessoas morreram na Maratona de Detroit, uma na Maratona de Baltimore e outras duas em uma prova em San Jose, na Califórnia. Há de se lembrar, no entanto, que o número de mortes também é proporcional ao de atletas, que cresceu substancialmente nos últimos 40 anos.
Segundo Richard Finn, porta-voz da maratona, a saúde é a preocupação número um e o plano de atendimento aos corredores é revisto a cada ano no dia seguinte ao da corrida para aperfeiçoar a próxima edição.
Em Nova York, os corredores têm postos médicos a cada 1,6 quilômetro a partir dos primeiros cinco quilômetros da prova.
"Enfatizamos que qualquer pessoa que queira participar da maratona deve ter consciência de que é um esforço desafiador. Não é algo que possa ser definido em um estalar de dedos ou com treinos de três semanas. Afinal, o percurso tem 42 quilômetros", disse Richard Finn.
Um dos sinais de que a maratona passou a atrair mais corredores despreparados é o tempo médio de conclusão da prova, que leva em conta não só o desempenho dos atletas profissionais como o dos que se aventuram a participar apenas pela satisfação de chegar ao final.
Para se ter uma ideia, em 1980, a média da corrida masculina foi de 3h32min. Em 2008, ficou em 4h16min.
Para Jonathan Chang, médico ligado ao American College of Sports Medicine, algumas pessoas se adaptam mais facilmente às corridas de longa distância do que outras.
"O treinamento adequado requer vários meses. Correr sem preparação é receita para um desastre que pode significar, no mínimo, muita dor para levantar da cama no dia seguinte. Ou algo bem mais grave."
Neste ano, os corredores enfrentam ainda o desafio de evitar a gripe suína. Os inscritos receberão pequenos sprays antissépticos. Ainda estará disponível na área de largada material para higienizar as mãos.


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