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Amadores preocupam Maratona de Nova York
Sem preparo, duas pessoas morreram na prova de 2008
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
Não é apenas de olho em alguns dos principais nomes do
atletismo mundial que a Maratona de Nova York completa
hoje a sua 40ª edição.
Segundo estimativas dos organizadores da prova, um heterogêneo grupo de cerca de 40
mil pessoas disputa a prova
mais tradicional dos EUA.
A grande popularidade da
competição, porém, traduziu-se também em maior preocupação com a saúde e a preparação dos participantes, principalmente dos amadores.
Na edição deste ano, o site
oficial da prova exibe dicas que
vão desde a preparação psicológica e a intensidade dos treinos
antes da corrida até a alimentação mais indicada.
A preocupação não é desnecessária. Na edição do ano passado, duas pessoas -uma delas
o brasileiro Carlos José Gomes- morreram.
Nos últimos meses, três pessoas morreram na Maratona de
Detroit, uma na Maratona de
Baltimore e outras duas em
uma prova em San Jose, na Califórnia. Há de se lembrar, no
entanto, que o número de mortes também é proporcional ao
de atletas, que cresceu substancialmente nos últimos 40 anos.
Segundo Richard Finn, porta-voz da maratona, a saúde é a
preocupação número um e o
plano de atendimento aos corredores é revisto a cada ano no
dia seguinte ao da corrida para
aperfeiçoar a próxima edição.
Em Nova York, os corredores
têm postos médicos a cada 1,6
quilômetro a partir dos primeiros cinco quilômetros da prova.
"Enfatizamos que qualquer
pessoa que queira participar da
maratona deve ter consciência
de que é um esforço desafiador.
Não é algo que possa ser definido em um estalar de dedos ou
com treinos de três semanas.
Afinal, o percurso tem 42 quilômetros", disse Richard Finn.
Um dos sinais de que a maratona passou a atrair mais corredores despreparados é o tempo
médio de conclusão da prova,
que leva em conta não só o desempenho dos atletas profissionais como o dos que se aventuram a participar apenas pela
satisfação de chegar ao final.
Para se ter uma ideia, em
1980, a média da corrida masculina foi de 3h32min. Em
2008, ficou em 4h16min.
Para Jonathan Chang, médico ligado ao American College
of Sports Medicine, algumas
pessoas se adaptam mais facilmente às corridas de longa distância do que outras.
"O treinamento adequado
requer vários meses. Correr
sem preparação é receita para
um desastre que pode significar, no mínimo, muita dor para
levantar da cama no dia seguinte. Ou algo bem mais grave."
Neste ano, os corredores enfrentam ainda o desafio de evitar a gripe suína. Os inscritos
receberão pequenos sprays antissépticos. Ainda estará disponível na área de largada material para higienizar as mãos.
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