São Paulo, terça-feira, 01 de novembro de 2011 |
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Federação terá o 8º presidente no ano PIAUÍ Briga judicial, discordância sobre direito a voto e até caso de saúde opõem cartolas no Estado nordestino ADRIANO WILKSON COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Se algum dia você for eleito presidente da federação piauiense de futebol, é bom já ter outro emprego em vista. Os titulares do cargo não costumam ter vida fácil. Em menos de um ano, o posto já mudou de mãos sete vezes. A votação que pode eleger o oitavo mandatário de 2011 está marcada para sexta. O motivo da alta rotatividade é a briga judicial entre dois grupos sedentos pelo cargo máximo do futebol piauiense. "Não sei por que esse pessoal quer tanto a federação", afirma Franklin Kalume, um dos atuais candidatos. "Tem que ver se essa cadeira é de ouro, se tem algum cofre lá." Com uma dívida de mais de R$ 70 mil só com árbitros, a federação tem apenas R$ 17 em sua conta, de acordo com o outro candidato, o empresário Cesarino de Oliveira. Ambos dizem querer ser presidente para tornar mais competitivo o futebol local. Foi Cesarino quem começou a disputa. No final de 2010, ele, então vice, candidatou-se a presidente. Mas, após perder nas urnas, contestou o resultado na Justiça. Afirmou que Lula Ferreira, o reeleito -já estava há 17 anos no poder-, não havia feito a prestação de contas de sua gestão e estava inadimplente com a previdência. Também disse que muitos clubes que votaram não tinham direito de fazê-lo, segundo entendeu da leitura do estatuto. Até hoje, os cartolas não definiram quem pode votar nas eleições da entidade. A Justiça acatou a contestação e empossou o perdedor. Foi aí que se iniciou uma guerra de liminares e indicações que mudou a direção da federação sete vezes, beneficiou seis cartolas distintos e teve a participação da CBF e de vários clubes do Estado. A chapa que venceu as eleições recorreu, ganhou na Justiça, e Cesarino teve que deixar o cargo. A CBF mandou que os clubes escolhessem uma junta governativa para fazer novas eleições. Assumiu a presidência Reinaldo Ferreira, do Piauí Esporte Clube. O pleito foi marcado para 23 de maio, uma segunda-feira de muito calor em Teresina. "Fazia mais de 40º C à sombra", relembra Cesarino. Mas, na hora de votar, os cartolas decidiram que não havia concordância em relação a que edital seria seguido, já que havia duas versões. "Os ânimos se exaltaram, teve discussão, a sala estava superlotada", afirma Cesarino. "Seu Reinaldo não aguentou a pressão." O presidente passou mal e teve de ser atendido por uma ambulância. A eleição foi adiada. A CBF indicou um delegado para a presidência da entidade com o objetivo de fazer outra eleição. José Lima, do Parnayba, virou presidente-tampão. Seu prazo legal expirou na última sexta-feira de setembro. Percebendo a vacância, Jankel Costa, mandatário do Flamengo, não esperou para agir. Logo na segunda, adentrou a sede da federação e sentou na cadeira da chefia, proclamando-se presidente. Mas, no dia seguinte, a CBF prorrogou o mandato de Lima. Depois dele, José Cardoso foi presidente até que a Justiça empossou, novamente, Jankel Costa, atual chefe. "O futebol do Piauí está no fundo do poço", disse o candidato Kalume. Cesarino, seu opositor, não discordou. Texto Anterior: Kaká vira dúvida no Real para amanhã Próximo Texto: Disputa impede escolha de time da Copa do Brasil Índice | Comunicar Erros |
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