São Paulo, terça-feira, 01 de novembro de 2011

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LOS GRINGOS - JUAN PABLO VARSKY

Nem um, nem outro


O Boca está muito perto de ser campeão do Apertura, sem Riquelme e sem Palermo

"O Boca SERÁ campeão no dia em que Riquelme não estiver", diziam, faz um ano, os fãs de Martín Palermo. Chateados pela falta de compromisso de Román, desgostosos por sua particular maneira de dividir o mundo entre amigos e inimigos, enalteciam o profissionalismo do capitão. Consideravam-no a principal vítima do caso.
"O Boca será campeão no dia em que Palermo não estiver", contra-atacavam os fãs de Riquelme. Notava-se a repugnância pela politicamente correta imagem do goleador, solícito aos jornalistas, amigo dos barrabravas. Destacavam seu egoísmo, diziam que os gols só foram importantes para ele, não para o time. Asseguravam que Román era a vítima desse insuportável racha no vestiário.
Brigados desde março de 2008 por uma discussão que expôs ciúmes e vaidades, a má relação entre eles não tinha volta. Os treinadores Carlos Ischia, Alfio Basile, Roberto Pompei e Claudio Borghi passaram pelo clube sem serem notados e sem terem podido resolver essa situação.
Julio César Falcioni, técnico desde janeiro deste ano, seguia pelo mesmo caminho após um medíocre Clausura.
Mas Palermo concretizou sua anunciada aposentadoria e tudo mudou. Riquelme se transformou no líder indiscutível e capitão do time. Tratou o Apertura como um assunto pessoal. Fez uma boa pré-temporada e se preparou como nunca. Lucas Viatri, seu melhor amigo dentro do elenco, tomou o lugar e a camisa número 9 de Martín.
Após um início feio, com um empate em 0 a 0 ante o Olimpo em Bahía Blanca, a diretoria mandou um ultimato ao treinador: "É preciso derrotar o Unión". O 4 a 0 desativou o alarme.
O Boca não parou de ganhar. Primeiro encontrou os resultados e, assim, a engrenagem. Depois daquela goleada, suas seis vitórias seguintes ocorreram pela diferença mínima. O 1 a 0 é o resultado mais repetido, cinco vezes. Sofreu apenas três gols em 13 rodadas. Seu bloco defensivo é sólido.
Graças ao jogo de Riquelme, conseguiu mais posse de bola, o melhor argumento para preservar uma vantagem no marcador. No entanto, Román se machucou e não pôde jogar as últimas duas partidas. Chávez entrou em seu lugar e foi brilhante à sua maneira: menos pausa, mais dinâmica.
Mas o destaque é o time, que funciona bem azeitado. É o líder, com nove pontos de vantagem. A torcida prepara a festa. Sem Palermo e sem Riquelme, o Boca está muito perto de ser campeão.

Tradução de MARTÍN FERNANDEZ


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