São Paulo, Quarta-feira, 01 de Dezembro de 1999


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Futebol brasileiro tomba de novo

Associated Press
Alex, do Palmeiras, lamenta chance de gol perdida na decisão do Mundial, contra o Manchester



Palmeiras perde por 1 a 0 para Manchester no Japão



É o 4º revés seguido do país no Mundial interclubes


FÁBIO VICTOR
MARCILIO KIMURA
enviados especiais a Tóquio

A vitória por 1 a 0 do Manchester United, ontem, em Tóquio (Japão), na decisão do Mundial interclubes, criou vários fracassos.
Para a torcida palmeirense, determinou a derrota no jogo mais importante nos 85 anos de existência do clube.
Para a patrocinadora e co-gestora do time, a Parmalat, significou a frustração no projeto internacional que começou em 1992.
Já para o Brasil, foi a quarta queda consecutiva de equipes nacionais diante de clubes europeus.
Anteriormente, Grêmio, Cruzeiro e Vasco foram derrotados em Tóquio nos anos de 1995, 1997 e 1998, contra Ajax (Holanda), Borussia Dortmund (Alemanha) e Real Madrid (Espanha), respectivamente.
Por outro lado, o tropeço palmeirense em busca do título inédito acabou derrubando o tabu de que times britânicos nunca venciam o Mundial.
A conquista do quarto título no ano, porém, foi recebida com frieza pelos atletas do Manchester.
A equipe, que já havia ganho o Campeonato Inglês, a Copa da Inglaterra e a Copa dos Campeões da Europa, poderá ser campeã mundial novamente dentro de poucas semanas. Em janeiro, disputará, no Brasil, o primeiro Mundial de Clubes da Fifa.
Com quatros derrotas brasileiras em Tóquio, o último time do país a conquistar o troféu continuando sendo o São Paulo, campeão em 1992 e 1993, batendo Barcelona (Espanha) e Milan (Itália).
Agora, as equipes européias têm 18 títulos, contra 20 dos representantes da América do Sul.
O meia-atacante Giggs foi eleito o melhor jogador em campo e recebeu como prêmio um carro da Toyota, que patrocina o evento.
A comemoração dos jogadores do Manchester foi proporcional à importância que eles conferiram à preparação para a decisão.
Na hora em que terminou a partida ontem, os ingleses pouco vibraram em campo. Trocaram apenas alguns abraços, enquanto jogadores do Palmeiras se atiravam no chão chorando.
Durante a volta olímpica, ao som da música "We Are the Champions", do grupo britânico Queen, os ingleses caminhavam vagarosamente, como se estivessem somente cumprindo uma formalidade da cerimônia.
"Estou feliz pela vitória, mas ela não tem o gosto de um título. É uma partida apenas, e não um campeonato", disse após o jogo o meia inglês Beckham, resumindo o sentimento de sua equipe.
A postura fria observada na preparação e na comemoração foi fundamental para o Manchester dentro de campo.
Apesar da derrota, o Palmeiras esteve melhor durante a maior parte do jogo. Em um dos poucos lances de perigo que criou, o Manchester marcou, com o volante irlandês Keane.
O goleiro Marcos, um dos destaques do Palmeiras na campanha vitoriosa na Libertadores, acabou falhando na jogada.
O australiano Bosnich, goleiro do Manchester, ao contrário, teve uma ótima atuação.
"O Palmeiras jogou melhor, mas hoje (ontem) era o dia do Bosnich, e não dos nossos atacantes", afirmou o técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari.
"Me sinto derrotado, abatido, cansado, triste. Não sei qual palavra exprime meu sentimento. É uma coisa horrível", disse Scolari, que já havia perdido o Mundial em 1995, quando, treinando o Grêmio, foi derrotado pelo Ajax.


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