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FUTEBOL
Hora da verdade
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
São Paulo, Bahia, Internacional e Goiás disputam amanhã as duas vagas que restam para a próxima fase do Brasileirão.
Os dois primeiros dependem
apenas de seus próprios resultados e têm grandes chances de seguir adiante.
Se ficar em sétimo, o São Paulo
enfrentará no mata-mata um dos
dois Atléticos ou o Fluminense.
Em qualquer dos casos, será
uma parada duríssima. Depois
da goleada sofrida diante do Vasco na rodada passada, o time tricolor precisa provar à sua torcida
que está à altura do desafio.
Nesse contexto, o jogo de amanhã contra o Galo mineiro terá
uma dupla importância: além de
conquistar o ponto necessário à
classificação, o São Paulo terá de
reconquistar a confiança de seus
torcedores.
O técnico Nelsinho Baptista,
que errou feio domingo passado
ao tirar Adriano e deixar o time
sem articulação entre defesa e
ataque, ainda tem tempo de se redimir. Se errar de novo, seu cargo
estará a perigo.
Será uma rodada melancólica
para algumas das grandes potências do futebol brasileiro, como
Corinthians, Vasco, Palmeiras,
Flamengo e Cruzeiro, eliminados
por antecipação.
Todos eles fizeram campanhas
abaixo do que se esperava.
O pior de todos foi o Flamengo,
que ainda corre risco (remoto) de
rebaixamento.
Um dos destaques do primeiro
semestre, campeão do Estadual
do Rio e da Copa dos Campeões, o
Mengo fez um Brasileiro pífio do
começo ao fim.
Com um elenco estelar, um técnico vencedor, uma torcida imensa -mas também com salários
atrasados, brigas internas, desorganização e ciumeira-, colheu
derrota atrás de derrota.
A vitória sobre o Grêmio, que o
levou à final da Copa Mercosul,
deu um novo alento ao time,
além de trazer a seus cofres US$ 1
milhão, uma quantia nada desprezível para quem deve dinheiro
a todo mundo.
Para o Palmeiras e o Corinthians também é hora de fazer
um balanço e traçar planos para
o próximo ano.
Se o Flamengo tem excesso de
estrelas e quer se livrar de algumas delas, palmeirenses e corintianos enfrentam o problema
oposto: para voltar ao topo do futebol brasileiro, terão de contratar reforços.
Corinthians e Palmeiras foram
os clubes que mais perderam craques nos últimos anos, sem que
houvesse uma reposição à altura.
No time alvinegro, as especulações são muitas. Fala-se na volta
de Marcelinho (e a consequente
saída de Ricardinho) e de Vampeta, na saída de Luxemburgo,
na contratação de Juninho.
No Parque Antarctica, a situação é mais obscura. Só se sabe que
o clube pretende trazer o técnico
Abel Braga (do Botafogo-RJ) e o
goleador Adhemar, ex-São Caetano, hoje no Stuttgart. Uma coisa é certa: não é só de centroavante que o time alviverde precisa.
Definem-se hoje os adversários
do Brasil na primeira fase da Copa. Em outros tempos o assunto
não teria maior importância (a
última vez que o Brasil caiu fora
na primeira fase da Copa foi em
1966 -uma enorme zebra).
Agora, temos de torcer para não
pegar logo de cara uma Inglaterra, uma Nigéria -e mesmo uma
Croácia-, se não quisermos voltar mais cedo para casa.
Palermo
Alguns jogadores parecem
ter o destino escrito por algum dramaturgo ou autor de
novela. O do argentino Palermo foi bolado por um piadista de mau gosto. Lembram
dele? Perdeu três pênaltis
num único jogo, depois levou
seu time (o Boca Juniors) ao
título mundial interclubes.
Agora, jogando na Espanhola, foi comemorar um gol
junto à torcida e o muro caiu
na sua perna. Uma boa benzida não faria mal.
Cartola-mor
O resultado da CPI do futebol
está ameaçado pelas pressões
da "bancada da bola" e pelo
lobby agressivo dos cartolas
investigados. Nada disso é
novidade na nossa política
nem no nosso esporte. O que
mais me espantou foi ver o
nome de João Havelange ser
cogitado para substituir Ricardo Teixeira na presidência
da CBF. É isso que eles entendem por renovação?
E-mail: jgcouto@uol.com.br
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