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São Paulo, segunda-feira, 01 de dezembro de 2003

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FUTEBOL

Gols da vitória saem dos pés de Zinho, que substituiu o ídolo Alex, e de Mota, xodó da torcida que entrou no 2º tempo

Força do banco conduz Cruzeiro ao título

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

E DO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Dois reservas deram o título de melhor time do Brasileiro-2003 para o Cruzeiro. Zinho e Mota decidiram a partida contra o Paysandu e asseguraram a conquista antecipada do Nacional.
A vitória por 2 a 1 foi mais do que o suficiente para o Cruzeiro ficar com a faixa, já que o Santos, único clube que poderia ultrapassá-lo, perdeu em Goiânia.
"O pôster do time que disputa a final nunca tem os 11 titulares que começaram o torneio", disse Wanderley Luxemburgo, que precisou escalar Zinho por causa da suspensão de Alex e que colocou Mota, no segundo tempo, para atender aos pedidos da torcida.
O camisa 10 foi decisivo. Com o uniforme de Alex, Zinho, 36, o "coadjuvante" recordista de atuações no Nacional (336), coroou a escalada do Cruzeiro com um gol de falta despretensioso logo no sétimo minuto de jogo.
Na primeira bola parada da partida, o meia cruzou da direita, a zaga dos paraenses não cortou, e Carlos Germano falhou, deixando a bola entrar direto no gol.
Zinho, que ontem conquistou o seu quarto título Brasileiro em 15 disputados -mesmo recorde já alcançado por Júnior e Andrade-, cumpriu à risca a "herança" de Alex, de quem foi o substituto imediato ao longo dos últimos oito meses de campeonato.
Ele foi o maior finalizador da partida (quatro), o melhor passador (100% de eficiência -20 passes certos) e quem mais vezes cruzou (nove), além de ter driblado (duas vezes) e ajudado na marcação (quatro desarmes).
O tetracampeão mundial esteve perto de marcar outras duas vezes. Logo depois de seu gol de falta, o meia recebeu na esquerda e, de primeira, acertou um belo chute, mas a bola bateu na rede pelo lado de fora. Ainda no primeiro tempo, quando a torcida, avisada pelo sistema de som de que o Santos perdia para o Goiás, já festejava aos gritos de "é campeão", Zinho carimbou a trave direita do goleiro Carlos Germano.
O clima de festa não impediu a reclamação dos cruzeirenses, que saíram para o intervalo abraçados, mas reclamando de um pênalti não marcado pelo juiz Héber Roberto Lopes: com o goleiro caído, Márcio Nobre chutou contra o gol do Paysandu, mas a bola resvalou no cotovelo de Lima, que tentava desarmar o atacante.
Para a etapa final, o técnico do Paysandu, Ivo Wortmann, mexeu no time. Tirou um atacante, colocou um meia e mudou o esquema de jogo. "O Zinho está jogando nas costas do Magnum, e isso quebrou nosso esquema de marcação", justificou ele.
O panorama da partida, entretanto, não mudou. O Cruzeiro, melhor em campo, pouco trabalho tinha para paralisar os avanços dos paraenses. Gomes, que na primeira etapa havia feito apenas uma defesa, não tinha trabalho para segurar os chutes de longa distância dos paraenses.
A festa da torcida aumentou ainda mais quando foi anunciado o segundo gol do Goiás sobre o Santos. Com o título assegurado, Luxemburgo resolveu agradar às mais de 70 mil pessoas e substituiu Aristizábal por Mota, xodó da torcida e autor de gols importantes neste campeonato (como aqueles nos empates com o São Paulo e com o Coritiba).
Mota foi preciso. Entrou aos 17min. Passados 12 minutos, o atacante recebeu na entrada da área, deu um drible e, de bico, marcou o segundo gol do Cruzeiro. O único chute a gol do jogador. O sinal para que os cruzeirenses famosos descessem das tribunas para a volta olímpica.
Em Goiânia, Dimba enterrava de vez o sonho santista do bicampeonato quando o ex-santista Maurinho, de fato bicampeão brasileiro, cobrou um lateral ao lado de seus companheiros Alex e Aristizábal -que se abraçavam no banco de reservas.
Em festa, o Mineirão pouco ligou para o gol de Aldrovani, que se livrou de dois rivais e chutou entre as pernas de Gomes. Era o último minuto do jogo do título. (PAULO PEIXOTO E SÉRGIO RANGEL)



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