São Paulo, quarta-feira, 01 de dezembro de 2010

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OS SEM-PATOTA

Fluminense e Corinthians, líder e vice-líder do Campeonato Brasileiro, tornam permanentes suas comissões técnicas e colhem os resultados

Ricardo Nogueira/Folhapress
Tite brinca durante treino do Corinthians

DE SÃO PAULO

Contratar um treinador e, de brinde, sua patota, pode não ser um grande negócio.
Fluminense e Corinthians, os dois clubes com mais chances de título nacional, mostram que manter uma comissão técnica fixa pode ser uma boa alternativa.
Muricy Ramalho, do Fluminense, e Tite, do Corinthians, levaram consigo apenas seus auxiliares. No clube carioca, apenas Tata acompanhou Muricy, seu eterno parceiro. Já Tite levou Cleber Xavier e Geraldo Delamore, seus homens de confiança.
"Quando assumimos, no final de 2007, decidimos que o Corinthians passaria a ter uma comissão técnica fixa. Os resultados foram os melhores. No meu modo de ver, não existe mais no futebol um técnico chegar e trazer uma equipe inteira", disse Mario Gobbi, diretor de futebol do Corinthians.
Sinais dos novos tempos. O São Paulo, por exemplo, há anos mantém fixa sua própria comissão técnica.
O exemplo clássico é a patota de Vanderlei Luxemburgo. Até assumir o Flamengo, o treinador era conhecido por sua extensa comissão técnica, que sempre carregava pelos clubes que treinava.
No entanto, Luxemburgo negociou esta condição com o Flamengo e levou apenas dois profissionais consigo.
O Palmeiras também dá sinais de que pretende fixar seus profissionais. Em sua volta, Luiz Felipe Scolari levou consigo apenas Flávio Murtosa, fiel escudeiro, e Carlos Pracidelli, treinador de goleiros que já trabalhara no clube durante anos.
O Santos até tentou. Durante campanha presidencial, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro criou uma plataforma "anti-Luxemburgo". Entre as promessas, a de manter fixa sua comissão técnica.
Mas Adilson Batista, treinador de 2011, bateu o pé e levará três profissionais -um auxiliar, um preparador físico e um treinador de goleiros, totalizando R$ 100 mil em salários, além dos R$ 300 mil pagos ao treinador.
"Antes, um treinador levava sua própria comissão técnica e, quando saía, deixava o clube sozinho, sem nenhum profissional. Isso gera uma descontinuidade do trabalho", disse Gobbi.
"Nossa comissão técnica se molda ao estilo de trabalho do treinador que chega", afirmou. "A comissão é fixa, mas não vitalícia. Os profissionais precisam sempre mostrar sua capacidade."


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