São Paulo, Domingo, 02 de Janeiro de 2000


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Olhos se voltam para o futebol do Brasil, no Brasil

Agência O Dia
O atacante Romário, do Vasco, disputa jogo de futevôlei na Barra da Tijuca, no Rio



Cinquenta anos depois de abrigar a Copa do Mundo, país volta esta semana aos holofotes com o primeiro Mundial de Clubes organizado pela Fifa; Vasco, de Romário, e Corinthians, de Edílson, são os times brasileiros



RODRIGO BUENO
da Reportagem Local

Há quase 500 anos o Brasil foi encontrado pelo português Pedro Álvares Cabral, diz a história.
Só há 50 anos, porém, quando o Brasil recebeu um Mundial de futebol, o país foi descoberto de verdade, do ponto de vista esportivo.
Agora, 50 anos após a primeira grande exposição brasileira por meio do esporte, o Brasil volta a abrigar um Mundial de futebol.
A partir da próxima quarta-feira, Rio de Janeiro e São Paulo serão sedes do primeiro Mundial de Clubes da Fifa, a entidade que comanda o futebol mundial.
Mesmo sendo um torneio interclubes e reconhecidamente um ""laboratório" para a sequência da competição, o Mundial brasileiro de 2000 irá expor muito mais o país do que a Copa do Mundo de 1950, ano que a TV nascia no Brasil com Assis Chateaubriand.
Pelo menos 16 emissoras estrangeiras de televisão estarão no país. Algumas potências da comunicação mundial, como a inglesa BBC, a espanhola TVE e a australiana SBS, estarão dando total cobertura ao evento.
A BBC, por exemplo, montou gigantesca estrutura no Rio, com mais de 70 profissionais.
No Brasil, além da Bandeirantes, o canal pago Sportv irá transmitir o torneio, cujos direitos foram comprados pela Traffic, maior empresa de marketing esportivo do país, por US$ 40 milhões. A Traffic, que gerencia o departamento de esportes da Bandeirantes, negocia na Europa os direitos de transmissão do evento em parceira com a EBU (European Broadcasting Union).
Mais de 2.000 jornalistas estrangeiros são esperados para a competição, que será jogada nos dois principais estádios brasileiros, o Maracanã e o Morumbi.
Os dois estádios, aliás, estão passando por profundas reformas em seus aniversários históricos (leia texto nas próximas páginas) e serão submetidos, ainda neste mês, a inspeção da Fifa com vista à Copa de 2006, torneio que o Brasil também pleiteia.
Além do Brasil, África do Sul, Alemanha, Inglaterra e Marrocos disputam o direito de receber a segunda Copa do século 21.
O Mundial de Clubes deste ano será determinante para as pretensões brasileiras de abrigar, pela segunda vez, a Copa do Mundo.
O país foi anunciado como sede do Mundial no dia em 7 de junho de 1999, vencendo uma disputa com México, Uruguai e Arábia Saudita, países que queriam o torneio -inicialmente, China, EUA, Paraguai, Taiti e Turquia também eram candidatos.
A disputa para ganhar o torneio foi bem maior do que a para receber a Copa de 1950. Na ocasião, o Brasil foi praticamente o único candidato, pois a Europa ainda estava abalada com a guerra.
Em 2000, porém, a Europa estará bem mais preocupada com o Mundial brasileiro do que esteve em 1950. Dois dos clubes mais poderosos do continente, o Real Madrid e o Manchester United, virão ao país em busca da inédita taça.
O Manchester, a princípio, não gostou da idéia de viajar até o Brasil, mas, em nome da candidatura inglesa para a Copa-2006, trará força máxima. O Real Madrid, apesar de não viver grande fase atualmente, colocará em jogo seu enorme prestígio internacional, que o fez ser o primeiro clube a integrar o Salão da Fama do futebol.
O Brasil estará na vitrine como nunca esteve, e não só esportivamente. A Inglaterra, por exemplo, já tem sido bombardeada com informações negativas sobre a violência e os problemas do Rio.
Independentemente do grau de importância, o Mundial brasileiro de 2000, na era da mídia eletrônica, irá espalhar a imagem do país pelo planeta muito mais que o Mundial brasileiro de 1950, que ficou basicamente restrito ao rádio.


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