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Maracanã, 50, senta a torcida
e tenta manter o Brasil de pé
da Reportagem Local
""O maior estádio de futebol do
mundo" encolheu, deixou seus
torcedores da geral sentados, mas
pode manter a candidatura brasileira à sede da Copa de 2006 de pé.
O Maracanã, mais que o carro-chefe, do ponto de vista estrutural, da campanha nacional para
receber novamente a Copa do
Mundo, é cartão postal do país
-no estádio, entre outros fatos
históricos, Pelé marcou o milésimo gol de sua carreira.
Como na Copa de 1950, o principal estádio brasileiro vai abrigar
um Mundial da Fifa e terá o privilégio de receber a final do torneio,
além da disputa pelo terceiro lugar e as seis partidas do Grupo B
na primeira fase.
Se há 50 anos quase 200 mil pessoas se aglomeraram para acompanhar o maior fracasso do futebol brasileiro -derrota de 2 a 1,
de virada, para o Uruguai, quando o Brasil jogava pelo empate na
final da Copa do Mundo-, agora
75 mil pessoas têm a possibilidade
de assistir de ""camarote" a uma final entre dois clubes nacionais
-Vasco e Corinthians.
Após gerar discussões sobre privatização e até implosão -em
1999, o governo do Estado do Rio
fez estudos sobre a privatização
do estádio, e o ex-presidente da
Fifa, João Havelange, chegou a defender a implosão do mesmo-, o
Maracanã sobreviveu para o primeiro Mundial de Clubes.
Para chegar com saúde no ano
de seu cinquentenário, recebeu 20
mil assentos, cumprindo determinação da Fifa. Também aprimorou suas instalações, como
vestiários e centro de imprensa.
""Foi gasto menos dinheiro com
o Maracanã do que com o Morumbi", disse Júlio Mariz, responsável pelo COL (Comitê Organizador do Mundial de Clubes).
As reformas no Maracanã, bancadas pela CBF, custaram cerca de
US$ 300 mil, segundo o COL -o
governador do Estado do Rio de
Janeiro, Anthony Garotinho, do
PDT, já havia liberado uma verba
de R$ 60 milhões para algumas reformas no estádio em junho do
ano passado.
Paralelamente às obras, o Comitê Organizador do Mundial
tem procurado criar meios para
facilitar o acesso ao estádio para
os torcedores, destacando estações de metrô próximas ao Maracanã -Ken Merrett, representante do Manchester United,
questionou a falta de boas opções
de deslocamento ao estádio no site oficial do clube.
Outro ponto negativo do estádio carioca é a falta de estacionamento. Já se cogitou até a demolição da pista de atletismo que fica
no complexo do Maracanã, uma
das mais modernas do país, para a
construção de um local com vagas
para veículos.
Um dia após a final do Mundial
de Clubes, uma delegação da Fifa,
composta por seis pessoas, chegará ao país para dar início à inspeção com vista à Copa-2006
-além do Brasil, Alemanha, Inglaterra, África do Sul e Marrocos
também disputam a organização
da competição.
O Maracanã aparece como o
ponto principal da visita dos inspetores da Fifa, uma vez que seria
o palco da final do Mundial-2006,
caso o Brasil vença a disputa.
Independentemente da avaliação da Fifa, o estádio ao menos
ganhou sobrevida, já que manterá
após o Mundial de Clubes todas
as melhorias que conseguiu com
o torneio -o São Paulo deverá se
desfazer de boa parte da infra-estrutura que o Morumbi ganhou
com a competição da Fifa.
O Maracanã dividirá com o estádio do São Paulo os jogos da seleção brasileira nas eliminatórias
da Copa-2002. A Confederação
Brasileira de Futebol tentou espalhar os nove jogos da seleção como mandante por vários Estados
do país, mas a Sul-Americana
aprovou apenas partidas no Maracanã e no Morumbi.
O Mário Filho, nome oficial do
Maracanã, tenta em 2000 deixar
de ser o modelo típico de estádio
brasileiro -gigante de concreto
para amontoar as pessoas, sem
grande preocupação com conforto e segurança- e ficar enxuto.
E é dessa forma que o Maracanã
entrará para a história como o
primeiro estádio brasileiro a abrigar dois Mundiais da Fifa.
(RBu)
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