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Após "tirá-lo do buraco", Larri Passos afirma ter certeza que fase ruim de seu pupilo já passou
Ano Novo de Guga começa hoje
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Neste ano, Gustavo Kuerten
tem um objetivo: quer provar que
saiu do buraco.
A tarefa, pelo menos de acordo
com Larri Passos, não será difícil.
O técnico do tenista diz ter certeza
de que a fase ruim já passou. E vai
mais longe. Afirma estar convicto
do que diz porque "fui eu quem o
tirou de lá [do buraco]".
""Quando tu quer [sic] uma coisa tem que entrar de cabeça. Entrei com tudo na recuperação [do
Guga, que em 2002 se submeteu a
uma artroscopia no quadril direito e terminou o ano em 37º na
Corrida dos Campeões] e venci",
declarou em Camboriú, onde
Kuerten, 26, fez a pré-temporada
com outros 11 tenistas.
Passos, 44, não mede as palavras
quando descreve o trabalho que
teve com o jogador. E deixa a modéstia completamente de lado.
"Acredite primeiro em mim,
depois nele. Enquanto estiver comigo, ele não vai desistir nunca."
A virada, segundo o treinador,
começou durante o Aberto dos
Estados Unidos, quando Guga foi
eliminado nas oitavas-de-final.
"O "New York Times" fez uma
matéria conosco, eu tinha perdido minha mãe, que era meu ponto de referência, acabado de perder meu pai, aquele problema todo com o Guga... Enquanto dava a
entrevista, resolvi: "Tenho que seguir adiante". Pensei muito em
Deus, numa coisa maior, que fizesse eu levantar de manhã."
"E pus na cabeça que daríamos
a volta por cima. Conversamos
muito, discutimos o que poderia
ser melhorado, começamos a pré-temporada mais cedo e agora sim
ele [Kuerten] está bem."
Na preparação do tenista, que
desembarca hoje na Nova Zelândia, onde, a partir de segunda, disputa o Torneio de Auckland, Passos usou frases de efeito, algumas
retiradas de livros de auto-ajuda,
e falou exaustivamente em Deus.
Conta até que as construções de
sua clínica, onde Guga treinou,
lembram o formato de uma pirâmide para que todos saibam que
"lá em cima há uma força maior".
Segundo Passos, o período em
que o tenista ficou parado acabou
sendo muito útil. "Tive mais tempo para ficar com ele, tinha que
criar uma coisa nova todo dia para passar o tempo mais rápido e
pudemos trabalhar alguns fundamentos, algumas jogadas... O voleio [do Guga] melhorou muito."
O tenista, por sua vez, diz que se
sente em ponto de bala. "Estou
conhecendo melhor meu corpo,
meu potencial... Sinceramente,
acho que estou numa baita forma,
valeu ter começado a preparação
[para 2003] mais cedo", declarou
o atleta, que depois de jogar em
Auckland, viaja para Melbourne.
Lá ele disputa o Aberto da Austrália, a partir do dia 13, competição em que nunca se saiu bem
-em seis participações, jamais
passou da segunda rodada, seu
pior resultado em Grand Slam.
Desta vez, porém, acha que a
história pode ser diferente, especialmente no que depender de sua
força de vontade. E já vai avisando: ""Estou seco para jogar um
[torneio de] Grand Slam." E, quiçá, voltar a ficar entre os top ten.
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